A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai investir os 4,2 milhões de euros (ME) acordados para a venda da antiga sede federativa, na Praça da Alegria, num programa de desenvolvimento de instalações para o futebol de formação.

“Todo o montante resultante da venda da antiga sede vai ser distribuído por clubes e associações que apresentem projetos ligados à formação, naturalmente que não vai chegar para tudo e para todos, vai ter de ser feito algum rateio, mas vai servir para ajudar no desenvolvimento do futebol de base”, explicou o presidente da FPF, Fernando Gomes, num encontro com jornalistas na sede do organismo.

A venda do imóvel na Praça da Alegria, que acolheu a FPF durante 36 anos, entre 1968 e 2004, por 4,2 ME, foi aprovada em maio pela Assembleia-Geral federativa.

Fernando Gomes diz não se sentir “obrigado” a suprir o menor apoio autárquico aos clubes de futebol não profissional, mas reconheceu que a FPF tem “aumentado significativamente este apoio”, nomeadamente nos transportes e na subsidiação das taxas de arbitragem.

Tal como no exercício anterior, quando o organismo distribuiu os 1,29 ME de lucro no apoio ao futebol não profissional, a FPF vai propor, na Assembleia-Geral de 24 de outubro, a mesma aplicação dos 400 mil euros do resultado positivo decorrente do Relatório e Contas de 2014/15.

“Ao longo dos quatro anos deste mandato, tivemos como objetivo imprimir uma nova dinâmica na FPF, conseguindo apresentar resultados positivos em todos, por isso, só posso estar satisfeito”, sublinhou Fernando Gomes, apresentando as contas de 2014/15, em que o organismo teve rendimentos de 38,265 ME e gastos de 37,829.

O líder federativo recordou que a sua gestão tem como desígnios: a sustentabilidade do organismo; o aumento do número de praticantes para potenciar os futebolistas nacionais e consequentemente das seleções; e a melhoria da qualidade na organização de competições.

No entanto, para Fernando Gomes, o “legado do mandato” será a Cidade do Futebol, atualmente em construção em Oeiras, que vai acolher as seleções e também as instalações federativas, centralizando os serviços existentes na Rua Alexandre Herculano e outros em Carnaxide.

“É um facto que os serviços vão para lá, agora a decisão de vender ou não este imóvel [na Rua Alexandre Herculano] ainda não está tomada. O que sabemos é que não precisamos de ir para o mercado, com a corda na garganta, vender o edifício. Há a possibilidade de arrendar e, se calhar, racionalmente, essa será a ação mais lógica a fazer”, sublinhou.

Relativamente às contas a apresentar na próxima reunião magna, o presidente da FPF acentuou que se referem a uma época em que a seleção principal – “historicamente a única com resultados positivos” - não disputou nenhuma grande competição, reduzindo as receitas, mas também as despesas.

“Estes são anos em que os valores são inferiores comparativamente com as épocas em que há fases finais”, frisou Fernando Gomes, apontando que, por exemplo, no orçamento para 2015/16, já aprovado, está prevista a presença da equipa das ‘quinas’ no Euro2016, contabilizando uma chegada aos oitavos de final: “Se formos mais longe na competição haverá uma receita adicional, mas também tem mais custos.”