O antigo futebolista Jorge Cadete considera que o Sporting-Benfica, da quarta eliminatória da Taça de Portugal, será um jogo "mais disputado" do que o último, que os ‘leões’ ganharam, resultado que ainda estará na mente dos ‘encarnados'.

"A tendência nos dérbis é normalmente a equipa que não está tão bem chegar aquele jogo e agigantar-se e conseguir dar a volta, é uma lufada de ar ou por vezes é quase como um grito de guerra quando é o dérbi. O Sporting conseguiu vencer por 3-0 na Luz e o Benfica vai querer reverter esse resultado e exibição e por isso acredito que será um dérbi muito mais disputado", afirmou.

O antigo avançado, melhor marcador do campeonato português ao serviço do Sporting em 1993/1994, que acredita numa nova vitória dos ‘leões', por 2-1, com golos de Slimani e Adrien e de Samaris, para o Benfica, explicou que a vitória por 3-0 do Sporting, na Luz, para a I Liga, ainda pode afetar os jogadores do Benfica.

"Ainda está muito vivo tudo o que aconteceu no dérbi anterior. O Sporting ganhou por 3-0 e no Benfica, por muito que os jogadores queiram vencer o jogo e limpar esses 3-0, ele vai estar sempre presente. E depois sabem o que é que vai acontecer em termos emocionais ou em termos de estratégia psicológica com Jorge Jesus", explicou.

Sobre os técnicos, o antigo avançado, que jogou no Sporting entre 1987 e 1996 e no Benfica entre 1998 e 2000, sublinhou que Rui Vitória tem de ser apoiado, mas foi a Jorge Jesus quem teceu maiores elogios, considerando-o em "certos aspetos o melhor treinador português".

"Jorge Jesus é um treinador que considero em termos táticos e de perceção, talvez em certos aspetos, o melhor treinador português. Não só joga com a parte prática como também a parte psicológica. (...) Rui Vitória tem de ser apoiado, chega por mérito próprio, tem provas dadas também, só que não se consegue nem se pode pedir a um treinador de um clube com a grandeza do Benfica, que seja campeão logo no primeiro ano ou que as coisas corram bem", sublinhou.

Cadete foi mais longe na análise dos treinadores e apontou as ideias de Jorge Jesus como o elemento diferenciador para a obtenção de sucesso.

"O que acontece muito hoje em dia é que os jovens treinadores começam os seus trajetos e percursos com ideias de outros, porque é isso que se estuda, nós tentamos aplicar as ideias dos outros e o Jorge Jesus, desde início, que começou a aplicar as suas ideias e a conseguir colher os frutos daquilo que planeou", sublinhou.

Sobre quem poderá fazer a diferença em termos individuais o antigo futebolista destacou João Mário no Sporting e Jonas no Benfica.

"João Mário está a dar muita consistência ao meio-campo do Sporting, é um jogador jovem, formado nas escolas do Sporting e a passagem pelo Vitória de Setúbal, um pouco como foi o meu percurso, deu-lhe outra maturidade e faz com que ele seja um jogador que dá gosto ver jogar, pelo futebol fino, pelo empenho, é um jogador que por vezes não se dá muito por ele mas está praticamente no sítio certo sempre”, referiu.

Para o ex-avançado, “Jonas é um jogador que precisa de jogar com outro ponta de lança ao lado”, pois “é aquele avançado, que puxando os anos atrás faz recordar um pouco o estilo de Néné, parece que anda em pezinhos de lã mas aparece sempre nos momentos certos".

Diretor geral para o futebol do União de Almeirim, atividade que conjuga com a licenciatura em treino desportivo de futebol, Cadete não esconde o desejo de voltar ao Sporting.

"Não escondo de ninguém que gostava de voltar ao Sporting, para quaisquer funções, porque aprendi a gostar e sentir o Sporting, com pessoas que eram importantes na altura como o Vítor Damas, Manuel Fernandes ou Rui Jordão e isso não se esquece porque foram eles que me transmitiram e me fizeram sentir a grandeza do Sporting", disse.