Em vésperas da final da Taça de Portugal de futebol, que opõe o Desportivo das Aves ao Sporting, o guarda-redes Quim admite que a presença nesta fase "é um prémio para todo o grupo" avense e acredita na conquista do troféu.

O capitão do Aves, de 42 anos, garante que a equipa não precisa de motivação para disputar esta final, tendo em conta a carga emocional que a prova, por si só, já incute nos jogadores. Ainda assim, tem noção das dificuldades.

"Lá estar é uma motivação enorme. É uma semana que não é normal. Temos de saber que estes momentos são únicos e não acontecem muitas vezes nas nossas carreiras. E temos de aproveitar. Por isso mesmo, a frase que escreveria no túnel de acesso ao relvado era: ‘aproveitem o momento’", revelou o capitão.

Quim defende que "este é um prémio justo" para a equipa que, na sua opinião, "teve uma época muito complicada", e prometeu que vão fazer "tudo para levar a taça para Vila das Aves".

O guarda-redes tem no seu currículo todas as taças portuguesas, à exceção da Taça de Portugal. Uma falha que, por si só, dá uma motivação extra para encarar a partida que se realiza no Estádio Nacional em Oeiras, partir das 17:15 de domingo.

"É mais uma motivação. Chegar a uma final não é todos os dias e é um objetivo que tenho. É uma taça que me falta do meu currículo. Duas já foram perdidas e acredito que à terceira será de vez. Sei que vai ser difícil, mas tenho sempre o pensamento positivo e acredito que seja possível", confessou.

Quim, que esteve no Jamor com o Sporting de Braga em 1998, perdendo para o FC Porto (3-1), e com o Bendica em 2005, saindo derrotado pelo Vitória de Setúbal (2-1), admitiu ainda que "chegar à final da Taça de Portugal não era um objetivo traçado no início da época".

"O objetivo principal era a manutenção na I Liga, fazendo história. Conseguindo as duas coisas, a manutenção e a Taça de Portugal, é uma época fantástica do clube. A partir do momento em que lá estamos é lógico que o objetivo é vencer", reforçou.

O guardião garantiu que o acesso à Liga Europa, caso conquistem o troféu, "não é algo que esteja no pensamento dos jogadores", explicando que "isso são coisas que se pensam depois". Para esta altura, Quim garantiu que o único pensamento do grupo está em fazer um bom jogo e, posteriormente, pensam "no final do jogo e em subir a escadaria e erguer a taça".

Sobre o atual momento do Sporting – marcado pelas agressões a jogadores e técnicos e pelas investigações sobre suspeitas de viciação de resultado -, Quim considerou que, "apesar das dificuldades, os jogadores do Sporting vão esquecer tudo logo após o apito inicial".

"São coisas que não nos dizem respeito. As coisas na casa deles eles que resolvam. Mas penso que os jogadores que entrarem vão fazê-lo com o objetivo de vencer, e vão esquecer os problemas. Nós pensamos em nós e na nossa casa. O Sporting, apesar destas dificuldades, de dúvidas, a partir do momento em que o árbitro der o apito inicial, vai deixar tudo fora de campo", disse.

Aos 42 anos e a em final de contrato, Quim revelou-se ainda capaz de continuar a jogar, embora tenha a consciências de que poderá não acontecer.

"Continuo bem comigo mesmo e a treinar diariamente com alegria. A ter paixão pela minha profissão. Mas sei perfeitamente que a minha carreira de jogador vai acabar um dia. Não sei se será já. No final da Taça, eu e os dirigentes do Aves vamos conversar e vamos ver o que será melhor para mim e para o clube. Mas manter-me ligado ao futebol vai ser com certeza o meu futuro", finalizou.