O major Vítor Calado não especificou de quem era a responsabilidade por os autocarros não estarem no local previsto, o qual, segundo os dados avançados na apresentação do plano de segurança para a final da Taça da Liga de futebol, seriam os parques a norte do estádio.

Na altura dos incidentes, registados a meio da tarde, a “polícia vinha a caminho” e o major confirmou que as forças de segurança “efectuaram disparos para o ar” para desmobilizar os adeptos das claques do FC Porto que arremessaram pedras contra adeptos do Benfica.

O comandante das forças de segurança considerou “natural” que entre tantos autocarros possa haver algum que “escape à malha” policial montada para controlar a deslocação dos adeptos até ao Algarve, considerando que os incidentes não configuraram “uma situação alarmante”.

“A polícia controlou rapidamente a situação”, alegou, lembrando que “é difícil prever todas as situações” quando se juntam cerca de 2500 adeptos, para justificar o recurso da polícia aos disparos para o ar.

O responsável pela força policial informou, ainda, que houve “três feridos, com cortes devido a quedas” e negou a existência “de qualquer adepto detido”, afirmando que apenas alguns “foram impedidos de entrar por darem sinais de embriaguez”.

Em relação ao dispositivo policial para o final do jogo, que começou às 19:15, Vítor Calado referiu que “os adeptos da equipa derrotada serão os primeiros a sair”, permanecendo os da equipa vencedora “retidos no estádio até haver condições de segurança” para o abandonarem.

Em relação à saída do estádio dos autocarros com adeptos dos dois clubes, o major explicou que os mesmos “serão escoltados pela polícia até as portagens de Paderne, na A2”.

Cerca de três horas antes da final da Taça da Liga, adeptos do FC Porto, que se acumulavam no parque onde estacionaram os autocarros “azuis e brancos”, começaram a arremessar pedras e a correr em direção a adeptos do Benfica que iam chegando ao estádio, não havendo qualquer polícia na área.

Acabaram por ser os “stewards” presentes nas imediações a interpor-se entre os adeptos do FC Porto e os do Benfica que iam chegando - a maioria destes famílias inteiras, com mulheres e crianças - e a evitar piores consequências.

Só cerca de 10 minutos depois do início dos desacatos é que a polícia de intervenção surgiu em força, com dezenas de agentes e polícia a cavalo, investindo à bastonada sobre adeptos do FC Porto, obrigando-os a recuar.

Nessa altura ouviram-se alguns petardos e estampidos, presumindo-se que a policia tivesse efectuado alguns disparos.

A situação, neste momento, está calma e aparentemente controlada junto ao parque destinado aos autocarros do FC Porto, com a polícia a estabelecer um “cordão” com largas dezenas de polícias de choque.