Nos penaltis ou por escasso «meio a zero», o importante é Gil Vicente vencer sábado o Benfica na final da Taça da Liga, coroando um historial de 88 anos com vistas mais ambiciosas até ao centenário.

«Penso que vamos ganhar outra vez nas grandes penalidades. É esperar para ver. Seja nos penaltis, por meio a zero ou 4-1, o que quero é trazer o ‘caneco’ para Barcelos para fazer a festa. Se não for possível, que seja uma grande propaganda para futebol português, que já fico contente», diz António Fiúsa, presidente do clube minhoto.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente do Gil Vicente lembra que «esta final da Taça da Liga é o culminar de um trabalho de há dois anos a esta parte com o treinador Paulo Alves e a direção para pôr o Gil Vicente novamente nos patamares a que habituou as pessoas».

«Com perseverança e trabalho, queremos nos próximos quatro a cinco anos ver o Gil Vicente a lutar para as competições europeias e não para evitar descida», acrescentou o dirigente, que já considera passado a "batota do ‘caso’ Mateus», que motivou há anos a descida na secretaria.

António Fiúsa tem noção da dificuldade de defrontar o Benfica - «é um grande no futebol português e europeu, recheado de craques»" - mas recorda que os «bons profissionais» do Gil Vicente «já deram mostras de que gostam de grandes desafios».

«Como não há duas sem três, queremos bater o pé também ao Benfica. Não é fácil, mas os nossos jogadores estão motivados e demonstrámos contra o FC Porto, Sporting e Sporting de Braga que somos das boas equipas a praticar futebol. Vamos lutar até à exaustão para ganhar jogo e dar grande alegria aos adeptos e barcelenses», prosseguiu, lembrando os repetidos êxitos este ano em desafios frente aos ‘grandes’.

Em apoio, o Gil Vicente não vai ombrear de igual para igual com o Benfica, pois o clube com 5 mil sócios não vai conseguir dar vazão aos 9 mil ingressos a que tem direito no Municipal de Coimbra.

«Há uns anos, com uma conjuntura económica mais desanuviada, acredito que sim. Agora as famílias têm muita falta de dinheiro. Fica mais económico no sofá. Dizem-me que com 125 euros dá para comprar mercearia para semana e meia. Disponibilizei logo cinco autocarros para essas famílias mais carenciadas. A conjuntura económica é o único motivo para não esgotarmos os bilhetes», garante.

Ainda assim, assegura que apoio não vai faltar ao Gil Vicente, cujo segredo tem sido «humildade, carácter, perseverança, união dos próprios jogadores e toda a estrutura do clube e o apoio dos sócios, pois é esta união que faz a força».

O autocarro do Gil Vicente viaja sexta-feira para Coimbra, local da final, pintado com as quatro frases escolhidas entre uma centena de escritos, na sequência do repto lançado aos adeptos, com o intuito de incentivo à equipa.

«Determinação, garra e querer para a final vencer», «O Gil a ganhar e Barcelos a festejar, até o galo vai cantar», «O gilinho o gilinho a final vai jogar, mostra que os sem abrigo também são um grande perigo» e «A perder ou a ganhar, nunca o Gil vamos abandonar» são as mensagens de animo que a equipa vai transportar.

António Fiúsa não é de festas antecipadas, pelo que «nada está programado em caso de vitória», mas o dirigente afiança que, se o troféu viajar para Barcelos, a cidade vai festejar «até ao nascer do dia».