O clima em Guimarães não era o melhor para um jogo de futebol. Muito frio na cidade berço e muita tensão entre o treinador Marco Silva e o presidente Bruno de Carvalho, ambos elementos do Sporting.

A noite não começou da melhor forma para os Leões, que ficaram parados durantes uns minutos na A11, na ligação entre Braga (onde ficaram a pernoitar) e Guimarães devido a problemas mecânicos no autocarro. Assistência chamada ao local, apenas um atraso na chegada ao D. Afonso Henrique e problema resolvido.

O Sporting chegou tarde ao local do encontro mas não demorou muito a marcar. Logo aos cinco minutos, numa boa combinação entre Esgaio e Slavchev, o defesa conseguiu isolar Heldon e este não perdoou à frente de Douglas, rematando cruzado para o primeiro golo da noite.

Sim. Heldon, Esgaio e Slavech jogaram desde o início o encontro de ontem. Boeck, Sarr, Tobias Figueiredo, Geraldes, Rosell, Gauld, Podence e Tanaka também alinharam na equipa titular elaborada por Marco Silva, ele que ainda tem uma palavra a dizer como treinador criativo. Isto porque no banco também não havia caras conhecidas. Luís Ribeiro, Hadi Sacko, Wallyson, Iuri Medeiros, Domingos Duarte, Michael Pinto e Ousmane Dramé eram as ‘armas’ do técnico leonino. E uma acabaria mesmo por ser surpreendentemente certeira.

Depois do golo, os jovens Leões encolheram-se um pouco no terreno. Pela frente tinham um Vitória de Guimarães bastante destemido, que criou inúmeras oportunidades de perigo perto da baliza de Boeck, mas pecou na finalização.

Ao intervalo, a vantagem mínima do Sporting mantinha-se.

No início da segunda parte, a equipa da casa encostou os jovens Leões à grande área, pressionando e sufocando, mas o golo, esse teimava em não aparecer. Rui Vitória disse, já no final do jogo, que a derrota frente ao Sporting foi um “resultado enganador mas que espelha o que se passou em campo: uma equipa a falhar golos e outra a ser eficaz”. Palavras sábias de um treinador com os pés bem assentes.

Quando o público se preparava para abandonar as bancadas do D. Afonso Henriques eis que surgia mais um golo do Sporting. Quatro minutos depois dos 90 e Ousmane Dramé foi o responsável por fechar o placar em Guimarães. Sacko cruzou da direita e a bola chegou a Dramé, que ajeitou para o pé direito e rematou forte e colocado, sem hipótese de defesa para o guarda-redes Douglas.

Marco Silva, que não apareceu à conferência de imprensa devido ao ‘blackout’ imposto pela direção do clube verde e branco, foi questionado sobre o facto de não ter festejado os golos da equipa. Eis a resposta, proferida na flash interview da TVI: "Tivemos um treinador normal. Não fui tão expansivo como de costume, estava concentrado no jogo, no trabalho e nos meus jogadores. Não houve introspeção nenhuma. Está na altura de pararem com estas histórias do treinador que não se ri. Há tanta coisa para ver num jogo...não me parece que isso seja importante".

Importante foram os três pontos que o Sporting amealhou no Minho, atirando assim o clube de Alvalade para o primeiro lugar do Grupo C desta Taça da Liga, constituído por (além do Vitória de Guimarães e Sporting) Belenenses, Boavista e Vitória de Setúbal. Por ser um grupo com cinco equipas, a formação do Bonfim tirou folga nesta primeira ronda.

Não foi um jogo brilhante para os amantes de bom futebol mas muito importante para Marco Silva, que, precisando ou não, tinha algo a demonstrar ao presidente do Bruno de Carvalho. A resposta do presidente do Sporting talvez só seja conhecida em 2015.