Na passada terça-feira, o presidente da Liga de Clubes, Luís Duque, disse que a Taça da Liga era uma prova de elite do futebol profissional português.

"Há algum tempo a Taça da Liga estava em risco. Felizmente, estamos aqui hoje para a realização da final. É uma competição que já ganhou espaço no quadro competitivo, é a prova elite, com características próprias. Este ano até vamos ter pela primeira vez uma equipa das ilhas na final", disse o dirigente numa conferência de imprensa realizada no Estádio Cidade de Coimbra.

"Há algum tempo a Taça da Liga estava em risco”, concentremo-nos então nesta afirmação de Luís Duque. Afinal quem esteve contra esta prova, que já vai para a sua oitava final?

Foram muitos os dirigentes de clubes que se mostraram contra esta competição, desde o modelo, que foi pensado apenas para beneficiar os ditos ‘grandes’. Recorde-se que os oito primeiros classificados da I Liga apenas começam na terceira fase, enquanto os clubes da II Liga e os que ficaram do 9.º ao 14.º lugar do escalão principal da temporada anteriores podem disputar até duas fases prévias.

A Taça da Liga foi criada na época 2007/2008 com o intuito de criar uma nova janela a mais jogadores e também uma nova forma de receitas para os clubes mais pequenos.

Nessa data foi dito que o vencedor da prova iria receber cerca de um milhão de euros, de forma faseada consoante fosse avançando na prova. Em 2011, as receitas conheceram um novo entrave quando Bwin foi proibida de patrocinar a Taça da Liga. Mas têm sido muitos os clubes que têm questionado os prémios monetários. O SC Braga, vencedor de 2013, chegou mesmo a confrontar Mário Figueiredo, presidente dessa altura.

E por falar em Mário Figueiredo, foi mesmo ele que defendeu a extinção da Taça da Liga, alegando que os clubes da II Liga tinham um calendário muito sobrecarregado.

E ainda se recordam da polémica da diferença de golos da edição 2008/2009? Nesta edição, ainda com três grupos, sendo que o segundo melhor classificado avançaria para as meias finais, surgiu um desentendimento quanto aos critérios de desempate. Ou melhor desentendimento quanto ao significado da expressão ‘goal average’. A Liga entendia uma coisa e o Belenenses, que acabou por sair prejudicado, entendeu outra. Os do Restelo acabaram mesmo por apresentar um protesto formal.

O Conselho de Justiça da FPF decidiu que seria o Vitória de Guimarães a avançar. O FC Porto também avançou para Alvalade, mas de comboio, em forma de protesto. Isto porque os Dragões não queriam ter mais desgaste que o seu adversário, o Benfica, com quem jogaria uns dias depois. Devido ao protesto do Belenenses, a meia-final entre Vitória de Guimarães e Benfica foi adiada, e o FC Porto não gostou.

Chegamos àquele que, possivelmente, é o caso mais polémico da Taça da Liga, quando o árbitro Lucílio Baptista apitou grande penalidade, assinalando falta de Pedro Silva sobre Di María na final entre o Sporting e o Benfica de 2009. Os Leões estavam a vencer e essa grande penalidade ditou o empate, prolongamento, decisão por grandes penalidades, e o Benfica venceu. Pedro Silva atirou a medalha depois de a ter recebido e o então treinador Paulo Bento celebrizou o gesto de rodagem de dedos, a simbolizar ‘gamanço’.

Sem esquecer o polémico critério de idades, em que André Villas Boas, então treinador da Académica, contestou junto da Liga de Clubes porque o regulamento não estava explícito quanto a esse fator, se se referia ao conjunto das partidas ou jogo a jogo.

Fevereiro de 2013 e o famoso caso das 72 horas. O Vitória de Setúbal lembrou que o FC Porto utilizou os jogadores Fabiano, Abdoulaye e Sebá sem terem passado 72 horas após o último encontro que disputaram pela equipa B dos azuis e brancos. O FC Porto referiu, uma vez mais, que os regulamentos não eram claros quanto a esse assunto e o Conselho de Justiça acabou por dar razão aos do Porto.

E continuando a falar em tempo, houve ainda o caso dos dois minutos e 43 segundos, quando FC Porto e Sporting deveriam ter começado ao mesmo tempo e tal não sucedeu. O atraso do FC Porto, em 2013, valeu multa de 383 euros mas seguiu em frente. Os Leões não gostaram nada e o presidente Bruno de Carvalho ameaçou jogar apenas com jogadores juniores, desvalorizando a prova.