Num Estádio José de Alvalade com apenas 12 725 espectadores, Carlos Carvalhal decidiu ‘transfigurar’ o onze em que vinha apostando nas últimas partidas. Com cinco caras novas (Polga, Matías, Abel, Yannick e Vukcevic), os leões tiveram algumas dificuldades para criar perigo de forma continuada, apesar do domínio claro e inequívoco da partida.

Com algum atrevimento e muito apoio de cerca de 1500 pessoas, o Mafra esforçou-se por jogar taco-a-taco com os leões. E a verdade é que na primeira meia-hora, foram ténues as diferenças entre as duas equipas, muito por culpa do Sporting, que não se esforçava muito para imprimir um ritmo mais elevado.

No entanto, a eficácia leonina esteve hoje a um nível muito elevado e a primeira parte chegou com um 3-1 enganador, pois os leões aproveitaram todas as ocasiões que tiveram sem criar muito mais perigo.

O primeiro golo surgiu aos 15 minutos, por intermédio de Matías Fernández. O chileno coroou o seu regresso à titularidade com um tento na conversão de uma grande penalidade, após Yannick ter sido derrubado na área do Mafra.

Todavia, a surpresa que Carlos Carvalhal queria evitar concretizou-se no minuto seguinte: Zhang fugiu da esquerda para o meio e atirou de fora da área para um belo golo, que deixou em êxtase os 1500 adeptos mafrenses.

Felizmente para Carlos Carvalhal, os leões demonstraram esta noite uma invulgar inspiração na finalização. Aos 37’, Daniel Carriço sobe mais alto num canto para cabecear para o 2-1. Atento ao exemplo do defesa, o colega Saleiro repetiu o gesto, à passagem dos 45 minutos, assinando dessa forma o 3-1.

O Sporting encaminhava-se para uma segunda parte tranquila, ideia que se confirmaria logo aos 47 minutos. Yannick aproveitou um erro da defesa mafrense para apontar o 4-1, num remate cruzado dentro da área.

Os leões remeteram-se a um papel de gestor da partida, minimizando o desgaste sem colocar em causa a vitória. Com efeito, também já não se pedia muito mais ao Mafra, que respondia como podia face a uma atitude mais agressiva e uma revigorada dinâmica dos leões, fruto das trocas de posição entre Izmailov, Vukcevic e Yannick.

No entanto, tal como no jogo com o Nacional, os leões não foram capazes de evitar um susto no final da partida. Os mafrenses reduziram para 4-2 aos 84 minutos num lance insólito de Rui Patrício. O guardião leonino tentou aliviar a bola, mas esta fez um efeito estranho, subiu e no duelo pelos ares acabou por perder para Zhang, que cabeceou para a baliza, alcançando um surpreendente segundo golo em Alvalade.

A surpresa cresceu para 4-3 já nos descontos, com um bom desvio de cabeça do chinês Zhang, que assinou um hat-trick e acabou por se cotar como o melhor em campo. O equilíbrio chegou demasiado tarde para o Mafra, que já não conseguiu fazer tremer (mais) o Sporting.

O Sporting soma assim a sua sexta vitória consecutiva, num triunfo justo, mas que premeia também a boa réplica do Mafra. E Carlos Carvalhal acrescenta mais um jogo à colecção de vitórias, que prolonga a melhor fase da temporada.