Sete anos se passaram sem o Benfica festejar um título nacional de juniores. A última vez que isso aconteceu foi na época 2003/04. O grupo de trabalho de então ficou conhecido pela entreajuda existente e ambiente familiar que permitiu contornar adversidades – desaparecimento do jovem Bruno Baião - e alcançar o tão almejado título.

Na altura, Zambujo e Ricardo Nunes eram jovens de talento e que trabalhavam em busca de um lugar no plantel do Benfica, enquanto João Bastos era quem dava as instruções como técnico-adjunto dos juniores encarnados.

Nestes sete anos, a equipa separou-se, os jovens cresceram, seguiram o seu caminho por países, clubes e divisões bem diferentes.

Quis o destino e o agora treinador principal, João Bastos, que em Portimão se selasse um reencontro, esta temporada, com dois dos seus pupilos: Zambujo e Ricardo Nunes. A essa coincidência da vida juntou-se o sorteio da Taça de Portugal que colocou o Benfica no caminho deste trio “encarnado” doutros tempos.

Ricardo Nunes

Ricardo Nunes de 25 anos assume que este será «um jogo especial» por defrontar o clube onde viveu muita coisa: «É um jogo especial porque vai haver um ambiente que não é habitual em jogos da segunda liga e porque passei naquela casa muitos anos. Fiz lá muitos amigos e tenho muitas histórias e experiências», disse o jogador.

Sem oportunidades na altura para dar o salto para o plantel principal, o defesa esquerdo não vê este encontro como um jogo de “vingança”: «O Benfica tinha noção da nossa qualidade e o que tinha em mãos, mas acabou por não a aproveitar (...) Agora queremos é fazer um grande jogo pelo clube que representamos e não para provar nada ao Benfica», disse o defesa.

Zambujo

Zambujo, ao contrário do seu colega, não poderá assinalar este reencontro em campo devido a uma lesão.

«Não poder treinar já é horrível, e não poder agora jogar no reencontro com o clube e a casa onde me fiz homem e jogador é por demais frustrante», atira o avançado.

Independentemente das ligações com o clube encarnado, Zambujo coloca isso para trás das costas e promete «um mau momento» ao Benfica em Portimão: «Praticamos um futebol positivo e contamos com bons talentos no nosso plantel. Acredito que o Benfica vai passar um mau momento em Portimão», referiu o lesionado avançado.

João Bastos

O treinador, João Bastos, também relembra com saudade os tempos de Benfica onde viveu momentos de alegria, mas também de tristeza que o marcaram definitivamente: «Tenho boas, muito boas recordações pelo título nacional ganho e pelo trabalho espetacular desenvolvido. Mas também recordações tristes pela perda de um jovem jogador como o Bruno Baião. Lembro-me muitas vezes dele porque era um rapaz que deixava a sua marca nas pessoas».

Agora a sua realidade é o Portimonense, um clube com um dos mais modestos orçamentos da segunda Liga, mas que procurará criar dificuldades ao Benfica.

«Da época passada ficou o estádio, a direção e apenas três jogadores. (...) Mas nós temos de estar cientes do nosso trabalho, das nossas capacidades e demonstrá-las dentro de campo».

Com maiores ou menores ligações entre os dois clubes, tudo isso fica de lado na hora de entrar em campo. Benfica e Portimonense jogam esta sexta-feira, a partir das 20h15.