O Procurador-Geral da República (PGR) defendeu esta quarta-feira que o futebol deve ser investigado como qualquer outra área de atividade, quando houver razões para tal, e não ser uma «virgem intocável», como considerou ter acontecido «durante anos e anos».

Pinto Monteiro confirmou que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lhe pediu, «há tempos, uma audiência para falar de eventuais ilícitos», adiantando que os dados serviram para abrir uma investigação da Polícia Judiciária (PJ), que agora decorre, referindo-se ao denominado “Caso Cardinal”.

«O universo do futebol, virgem intocável durante anos e anos, deve ser investigado como qualquer outro», afirmou o PGR, à margem da última lição do ex-ministro da Saúde de governos socialistas Correia de Campos, em Lisboa.

O “Caso Cardinal” motivou para já a suspensão de mandato do vice-presidente do Sporting Paulo Pereira Cristovão, constituído arguido, juntamente com outras duas pessoas, após diversas buscas levadas a cabo pela PJ.

Na base da investigação, está uma denúncia feita pelo Sporting à FPF sobre um depósito de dois mil euros na conta do árbitro auxiliar José Cardinal, dias antes da partida dos quartos de final da Taça de Portugal entre os “leões” e o Marítimo.