José Belo, o futebolista da Académica que na final da Taça de Portugal de 1969 "vigiou" Eusébio, considera que o clube de Coimbra não tem sabido "regar" um sentimento de grande paixão que existe pelo emblema da cidade.

Em vésperas da Académica disputar a sua quinta final, José Belo, antigo defesa central dos “estudantes”, de 64 anos, afirmou à agência Lusa que a venda de todos ingressos disponíveis para a final da Taça «é a prova provada de que a Académica tem uma dimensão ideológica que vai para além dos pontos».

«Acho que este movimento não tem a ver com os pontos, pois nós ficámos cá em baixo e estivemos risco de descer de divisão», refere o jurista, atual vereador da maioria da Câmara de Coimbra, considerando que está «anestesiado um sentimento de grande de paixão pela Académica, que não se tem sabido regar».

José Belo, um "academista" nascido no concelho de Foz Côa e formado em Direito pela Universidade Coimbra, entende que «era importante regar os afetos e as emoções para a Académica ser aquilo que é: um gigante de afetos e um anão a mobilizar os afetos».

«Temos muitos afetos, pessoas que estão ligadas umbilicalmente à instituição de maneira muito emotiva e que se for regado esse seu academismo poderá dar um lastro, uma almofada à instituição e projetá-la para um patamar que não seja aquele que estamos agora a viver», frisou.

A Académica, histórica vencedora da primeira edição (1938/39), regressa domingo ao Estádio Nacional para jogar a final com o Sporting - que terminou a Liga de futebol em quarto lugar -, 43 anos depois da última presença no Jamor.

Na última vez, a 22 de junho de 1969, em plena crise estudantil, os "estudantes" perderam por 2-1 com o Benfica, de Eusébio, que apontou o golo da vitória, na segunda parte do prolongamento.

Encarregado da marcação ao "pantera negra", José Belo não conseguiu impedir que o melhor jogador português de sempre apontasse, de cabeça, o tento que garantiu a vitória à equipa “encarnada”.

«O Eusébio é uma figura que se tem jogado por nós durante quatro ou cinco anos tínhamos sido campeões. Na altura, tínhamos uma equipa que jogava bom futebol, inteligente - aquilo que nos faltava em potência física compensávamos em entreajuda, tipo FC Barcelona, com as devidas distâncias – e muito apoiado, para compensar a fragilidade física», referiu o antigo futebolista.

Sobre a final de domingo, José Belo considera que a Académica tem possibilidades de ganhar ao Sporting, pois «são 90 ou 120 minutos, no limite, em que tudo pode acontecer».

«As finais ou se ganham ou se perdem e quem perde não fica na história e se a ‘Briosa’ quer fazer história tem de ganhar», sublinhou o jurista, salientando que uma final pode não se repetir na história dos jogadores e, portanto, deve existir uma "entrega e uma convergência de energias capaz de mover montanhas».

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