O Beira-Mar, da I Liga de futebol, sofreu bastante hoje para se apurar para a quinta eliminatória da Taça de Portugal, derrotando apenas na marcação de grandes penalidades (5-4) o Farense, que milita dois escalões abaixo.
O apuramento dos aveirenses tem um sabor amargo para os algarvios, que viram o adversário adiantar-se no marcador por Nildo (20 minutos), empataram por Lourenço (34) e foram sempre mais dominadores ao longo do tempo regulamentar, esbatendo no campo a diferença teórica entre os dois conjuntos.
O líder da Zona Sul da II Divisão teve maior ascendente e dispôs das melhores ocasiões, mas acabou eliminado na marcação de grandes penalidades, com o avançado senegalês Diop a permitir a defesa de Rui Rego no único remate falhado, que qualificou os aveirenses.
O Farense, que não recebia no Estádio de São Luís uma equipa do escalão principal para um jogo oficial há mais de uma década, entrou motivado e surpreendeu os aveirenses nos minutos iniciais, assumindo a posse de bola e dominando a partida.
Depois de Bruno Bernardo (nove minutos) e Lourenço (12) terem falhado boas ocasiões para os algarvios, o Beira-Mar inaugurou o marcador na primeira ida à baliza contrária, aos 19 minutos, com Abel Camará a centrar rasteiro e Nildo, ao segundo poste, a atirar para o fundo das redes.
A desvantagem não assustou a equipa da casa, que manteve o assédio constante sobre a área aveirense, tendo Lourenço desperdiçado, de forma escandalosa, uma ocasião flagrante, aos 29 minutos.
O "sufoco" a que o Farense submeteu o adversário deu frutos aos 34 minutos, quando Fajardo cruzou da esquerda e Lourenço tocou para a baliza, com a bola ainda a desviar num defensor contrário, igualdade que poderia ter sido desfeita logo no minuto seguinte, quando Ibukun proporcionou excelente defesa ao forasteiro Rui Rego.
O panorama manteve-se na segunda metade e, apesar de o domínio da equipa orientada por Bruno Ribeiro não ter sido tão intenso, ainda assim pertenceram-lhe, por Bruno Bernardo (68) e Diop (85).
Com a igualdade no marcador no final do tempo regulamentar, o jogo seguiu para prolongamento, com o Beira-Mar a surgir então mais vezes no meio-campo contrário, aproveitando a quebra física do Farense, que "acusou" então o ritmo alto imprimido antes.
Serginho obrigou Serrão a defesa apertada (94) e Bura, com tempo e espaço para fazer mais, atirou para as "nuvens" (107), nas melhores ocasiões dos forasteiros, mas os locais souberam sofrer e levaram o jogo para a "lotaria" das grandes penalidades, na qual apenas Diop falhou, permitindo a defesa de Rui Rego e o consequente apuramento do Beira-Mar.