A equipa do Benfica volta este sábado a competir na Taça de Portugal depois de na época passada ter perdido a final do Jamor com o Vitória de Guimarães. O adversário dos encarnados é o Cinfães, um clube a disputar o Campeonato Nacional de Seniores, e a quem saiu a “sorte grande” de receber um dos clubes portugueses que mais adeptos arrasta consigo, dentro e fora de Portugal.

Depois de eliminar o Estarreja na 2.ª eliminatória da Taça de Portugal com um concludente 5-1, o Cinfães defronta hoje um adversário, teoricamente e historicamente, de outro gabarito. Mas a Taça de Portugal está repleta de histórias decalcadas do confronto entre “Davids” e “Golias” com as previsões teóricas de goleadas a terminarem em alvoradas de glória para os mais pequenos clubes.

E na Vila de Cinfães há uma crença, uma esperança, e uma quase certeza de que é possível derrubar um “gigante” chamado Benfica. Em 2008, a equipa do distrito de Viseu com sotaque minhoto ia conseguindo bater o pé ao FC Porto nos oitavos de final da Taça de Portugal. Jesualdo Ferreira, na altura treinador dos portistas, viu-se obrigado a lançar em jogo alguns dos pesos pesados dos campeões nacionais quando o Cinfães fez o 1-1 aos 75’ minutos. Já com Hulk e Farías em campo, o FC Porto acabaria por cimentar a reviravolta para um 1-4, mas ficava a imagem de uma equipa do Cinfães aguerrida e determinada em acreditar no sonho.

Este ano, o sonho do Cinfães chama-se Benfica. O clube da Luz visita pela primeira vez o Estádio Municipal Cerveira Pinto com apenas nove jogadores da equipa principal e muitos atletas da formação B. Com um encontro decisivo na próxima semana para a Liga dos Campeões já seria expectável que Jorge Jesus apostasse na juventude da equipa B do Benfica para enfrentar um Cinfães que procura surpreender, com as suas armas, um adversário de outra galáxia mas sem as suas principais estrelas.

E talvez por isso, na Vila de Cinfães acredita-se que é possível “matar”(não o borrego, mas sim) o “cabrito” logo à primeira e seguir em frente na Taça de Portugal. Curiosamente, a expressão “matar o borrego” veio de um jogo entre o Sporting e o Olhanense da época de 1974/1975 em que um adepto algarvio prometeu “matar um borrego” no caso da primeira vitória, em 34 anos, do emblema de Olhão sobre o clube de Alvalade. O Sporting acabou por perder o jogo por 1-0 e assim nasceu a expressão no futebol português de “matar o borrego”. Jorge Jesus, atual treinador do Benfica, jogava na equipa leonina derrotada com um golo do argentino de Lo Bello.