O Benfica teve um percurso complicado rumo à sua 35.ª final da Taça de Portugal em futebol, pois foi obrigado a ultrapassar os outros dois “grandes”, o que só tinha acontecido uma vez.

A exemplo do que sucedeu em 1985/86, os “encarnados” tiveram de eliminar Sporting e FC Porto para alcançarem o Jamor, sendo que, então, conquistaram o cetro, ao baterem o Belenenses por 2-0, com golos de Nunes e Rui Águas.

Há 28 anos, o Benfica afastou o FC Porto nos “oitavos”, com um triunfo por 2-1 na Luz (golos de Manniche e Rui Águas, depois de Futre abrir o ativo), onde, nos “quartos”, goleou o Sporting por 5-0 (dois de Wando e um de Rui Águas, Álvaro e Manniche).

Desta vez, e após uma tranquila eliminatória com o Cinfães, do Campeonato Nacional de Seniores, que o Benfica venceu fora por 1-0, com um tento do entretanto emprestado Ola John, num “onze” com muitas reservas, o Benfica apanhou o Sporting logo à quarta ronda, vencendo em casa por 4-3, após prolongamento.

A 09 de novembro, o paraguaio Óscar Cardozo foi a grande figura da noite, ao conseguir um “hat-trick” na primeira parte, com tentos aos 12, 42 e 45 minutos, sendo que, pelo meio, aos 37, o espanhol Diego Capel marcou para os “leões”.

Cardozo apontou o primeiro de livre direto, por baixo da barreira (os jogadores saltaram), o segundo de cabeça, depois de um centro milimétrico de Gaitan, e o terceiro com um “tiro” de pé esquerdo, assistido por Ruben Amorim.

Na segunda parte, Maurício reduziu, aos 62 minutos, e, quando o apuramento do Benfica parecia certo, Slimani forçou o prolongamento, com um tento aos 90+2.

O tempo extra ficou marcado pelo minuto 97: após um lançamento lateral de Sílvio, a bola bateu no solo e Luisão, mesmo no chão, agarrado por Rojo, cabeceou devagar, mas Rui Patrício deixou passar a bola por entre as pernas. Um “frango”.

Após ultrapassar o Sporting, o Benfica goleou em casa o Gil Vicente por 5-0, com “bis” de Rodrigo e Lima, e venceu apenas por 1-0 no reduto do “secundário” Penafiel – entretanto já promovido -, graças a um tento “tardio” no sérvio Sulejmani.

O FC Porto chegou apenas nas meias-finais, disputadas a duas mãos, e as coisas nem começaram bem, face a um desaire por 1-0 no Dragão, selado por Jackson Martinez.

Na Luz, o Benfica restabeleceu a igualdade na eliminatória aos 17 minutos, com um cabeceamento de Salvio, mas as coisas complicaram-se: Siqueira viu o segundo amarelo logo aos 28 e, aos 52, Varela empatou o encontro.

A dois golos do apuramento e com menos um jogador, o “onze” de Jorge Jesus não deixou de acreditar e, aos 59 minutos, Enzo Perez apontou o 2-1, de penálti.

O grande momento do encontro estava, porém, reservado para o minuto 80, quando André Gomes dominou a bola com o peito e, com um toque sublime, fê-la passar por cima de Fernando, deixou-a bater no solo e “fuzilou” Fabiano.

O “golão” do jovem médio “encarnado” valeu, a 16 de abril, o apuramento para a final, num embate que o FC Porto também terminou com 10, por expulsão de Quaresma (88 minutos). Pedro Proença também mandou os dois treinadores para a bancada.

Artur, Sílvio, Luisão e Garay (todos com 390 minutos) e Maxi Pereira (360) foram os jogadores mais utilizados por Jesus na campanha da Taça de Portugal, enquanto Cardozo foi o melhor marcador, graças aos três golos ao Sporting.