O treinador do Freamunde disse hoje acreditar que o incumprimento salarial para com a equipa de futebol será resolvido brevemente e elogiou o "caráter e coragem" dos jogadores, que têm suportado a situação.

Filipe Rocha, que falava após a eliminação da Taça de Portugal, diante do Belenenses (2-0), no Estádio do Restelo, abordou a atual situação dos profissionais do clube, que têm três meses de salários em atraso.

"Esta imagem que o Freamunde deixou no campo, demonstra o caráter e a coragem destes atletas, que têm conseguido suportar estas adversidades. O Freamunde não é a única equipa com salários em atraso. Há outras, se calhar escondidas. Acreditamos que esta situação se vai resolver brevemente, são as informações que nos têm passado. Esperamos por melhores dias", afirmou.

De resto, o técnico dos "capões" não pensa perder jogadores a breve prazo, mesmo tendo em conta que, nesta altura, os atletas poderão rescindir unilateralmente os contratos de trabalho.

"Espero bem que não. Pelas informações que temos, estou convicto de que a situação se vai resolver brevemente e que os atletas vão se manter no clube. Não penso perder nenhum atleta e, possivelmente, até vamos reajustar o plantel", referiu.

O Freamunde foi o único clube dos campeonatos profissionais que não apresentou, junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a declaração de controlo financeiro de 15 de dezembro, a comprovar o pagamento dos salários aos jogadores e equipas técnicas entre os meses de maio e outubro, incluído.

Face a este incumprimento, o clube vai ser notificado e terá 10 dias para regularizar a situação, evitando ser penalizado com a perda de pontos (de dois a cinco) e impedido de registar novos contratos ou renovar os já existentes, num cenário que o presidente do clube, Miguel Pacheco, disse hoje à Lusa que não irá acontecer.

O Freamunde, atualmente no segundo lugar da II Liga, em zona de subida, tem três meses de salários em atraso e, na semana passada, recebeu a visita do presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).

No final dos encontros que manteve no clube com a direção e os jogadores, o presidente do sindicato, Joaquim Evangelista, anunciou que o SJPF vai acionar o fundo de garantia para os jogadores do Freamunde, prometendo ficar atento às diligências dos dirigentes relativamente à entrada de possíveis investidores.

A alteração do modelo de gestão, com a substituição da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) existente por uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), foi outra das soluções apresentadas ao dirigente sindical, mas a sua aplicação está dependente da decisão a tomar pelos sócios em assembleia-geral até ao final de dezembro.