Os espetadores da final da Copa do Rei de futebol, que se disputa no domingo, em Madrid, entre o FC Barcelona e o Sevilha, vão ser revistados um a um, para impedir a entrada de bandeiras independentistas catalãs.

O dispositivo de segurança previsto para a final, às 21:30 (20:30 em Lisboa) no estádio Vicente Calderón, contará com 2.500 efetivos dispostos num duplo filtro. Em ambos estes controlos, os seguranças e agentes de segurança vão impedir a entrada de bandeiras independentistas catalãs (as ‘esteladas’).

A delegada do Governo em Madrid (o equivalente à antiga figura portuguesa do governador civil), Concepción Dancausa, argumentou hoje que o futebol não deve ser "um cenário de luta política", justificando assim a revista - um a um - de todos os adeptos do FC Barcelona e do Sevilha que pretendam aceder ao Vicente Calderón.

Além do duplo controlo, os espetadores também deverão passar por arcos de segurança instalados nos acessos ao estádio habitualmente utilizado pelo Atlético de Madrid.

O jogo é considerado de alto risco e levará ao estádio cerca de 38.800 adeptos de ambos os clubes. A capacidade máxima do Calderón é de 54.907 espetadores.

As portas do estádio abrem cerca de três horas e meia antes do encontro, para que os adeptos possam passar pelas medidas de segurança reforçadas, que incluem ainda bilhetes com o nome de cada espetador.

As forças de segurança da cidade de Madrid designaram ainda duas zonas, separadas por vários quilómetros, como área de concentração dos adeptos de cada clube.

A final da Copa do Rei de 2015, no Camp Nou em Barcelona, ficou marcada por uma enorme assobiadela durante o hino espanhol, na presença do Rei Felipe VI, que assistia - como habitualmente - à partida decisiva da competição.

Antes e durante o jogo (no qual o FC Barcelona bateu o Athletic de Bilbau por 3-1), os adeptos do FC Barcelona desfraldaram milhares de bandeiras ‘esteladas’ (que se diferencia da bandeira da Catalunha por acrescentar um triângulo azul e uma estrela branca às habituais listas vermelhas e amarelas).

Em fevereiro, a Audiência Nacional - um tribunal especial espanhol - considerou que não existiu qualquer delito na assobiadela ao Rei na final da Copa do ano passado, ordenando que a queixa fosse arquivada.

A procuradoria espanhola considerou que a assobiadela poderia constituir um delito de injúrias ao Rei e aos símbolos de Espanha, como o hino.