O Boca Juniors apelou da decisão da Confederação sul-americana de futebol (Conmebol) de entregar a vitória ao River Plate, na segunda mão dos oitavos de final da Taça Libertadores, devido a distúrbios, informaram hoje fontes do clube argentino.

O presidente do Boca Juniors confirmou o recurso numa entrevista à rádio La Red, mas mostrou-se pessimista quanto ao seu sucesso.

"Não estamos otimistas, porque há muitos interesses alheios aos clubes, comerciais e já se estão a vender bilhetes. Não há antecedentes da exclusão de uma equipa por um motivo pontual”, disse Daniel Angelici, considerando que assim a Conmebol está a dar força aos adeptos violentos, que agora sabem que, caso queiram perturbar um jogo, vão ficar impunes.

O presidente do clube argentino assegurou que o Boca cumpriu o protocolo de segurança e recordou um episódio da edição anterior da Taça Libertadores: “No ano passado, num jogo do Corinthians morreu um rapaz de 14 anos e não o desclassificaram do torneio, pelo que não entendo o equilíbrio desta sanção”.

Angelici antecipou também que planeia renunciar à vice-presidência da Associação de Futebol Argentino (AFA), porque não quer fazer parte de algo que não funciona.

A Conmebol desclassificou a 16 de maio o Boca Juniors da Taça dos Libertadores, após os incidentes da quinta-feira anterior na segunda mão dos oitavos de final, frente ao River Plate.

Face a esta decisão, o River Plate, o maior rival do Boca Juniors, apurou-se na ‘secretaria’ para os quartos de final da ‘Champions’ da América do Sul, defrontando agora os brasileiros do Corinthians.

Segundo a deliberação da comissão disciplinar da Conmebol, o Boca Juniors disputará os próximos quatro jogos em casa da Taça dos Libertadores à porta fechada e terá de pagar uma multa de 200.000 euros.

No dia 14 de maio, o jogo entre o Boca Juniors e o River Plate, foi suspenso depois de os jogadores do River terem sido atingidos com gás pimenta.

No reatamento do encontro, que tinha chegado ao intervalo empatado 0-0, os jogadores do River Plate, equipa visitante, foram agredidos por adeptos do Boca Juniores quando regressavam ao relvado, obrigando à suspensão do jogo.

No estádio La Bombonera, com mais de 60.000 espetadores, o árbitro do ‘clássico’, o também argentino Dario Herrera, foi forçado a ordenar o regresso aos balneários depois de mais de uma hora de desacatos.

Na primeira mão, no El Monumental, o River Plate tinha vencido o Boca Juniors por 1-0.