A posse a título definitivo de um terreno cedido pelo Governo Regional garantirá melhores condições de sobrevivência ao Lusitânia, disse à agência Lusa um membro da comissão executiva de um dos mais emblemáticos clubes desportivos dos Açores.

João Meneses, da Comissão Executiva do Lusitânia, clube que foi obrigado a estabelecer um acordo de credores para evitar a insolvência, o terreno em causa - 3350 metros quadrados, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo – poderá ser utilizado como espaço para realização de empreendimentos habitacionais.

Cedido a título precário pelo Executivo em 2004, esse terreno nunca foi valorizado como activo, só podendo sê-lo agora, com a decisão governamental de entrega definitiva, adiantou.

João Meneses sublinhou que a utilização a dar ao espaço será definida pelos novos dirigentes do Lusitânia, que são eleitos hoje em Assembleia Geral.

A reunião de sócios do clube, com equipas na Liga profissional de basquetebol e na Série Açores da III divisão de futebol, vai aprovar também as contas e o plano de viabilização da instituição, fundada em Junho de 1922.

Com um passivo da ordem dos três milhões de euros, correspondente ao dobro do seu património, o Lusitânia chegou a anunciar em Março a suspensão das actividades desportivas devido a problemas financeiros.

A antecipação do pagamento de um subsídio atribuído pela Câmara de Angra do Heroísmo, que abriu caminho ao estabelecimento de um acordo de credores, impediu a concretização dessa possibilidade.

O Sport Clube Lusitânia agrega um total de cerca de 500 atletas e foi a primeira equipa açoriana a ingressar nos campeonatos nacionais de futebol (1978/79).

Os “leões” de Angra conquistaram 21 vezes o campeonato açoriano de futebol, modalidade em que alcançaram 38 títulos de campeão da ilha Terceira.

Na resolução hoje publicada, que autoriza a cedência a título definitivo de um terreno da Região, o Governo açoriano sublinha que a decisão se destina a “viabilizar projectos de investimento” do clube.