Nuno Dias trabalha há três semanas como técnico da equipa de futsal do Sporting. Em entrevista ao SAPO Desporto, o treinador faz um balanço sobre esta nova experiência na sua vida e o trabalho que está a desenvolver. A confiança e a ambição foram uma imagem de marca do seu discurso.

Como é que está a correr a sua experiência enquanto treinador do Sporting?

Até agora estou a gostar bastante. É um clube organizado, um clube com pessoas bem formadas. Desde a direção aos atletas. É um grupo com muita qualidade a todos os níveis: humanas e desportivas.

Isso faz com que haja uma alegria extra e uma motivação maior do que aquela que já existe por ser treinador de uma equipa que luta por títulos e sucessos. Luta por algo com que os adeptos deliram quando veem jogos.

Este é o seu maior desafio no futsal?

Eu já tive vários no futsal em termos desportivos enquanto praticante quando representei a seleção. Nessa altura o expoente máximo era quando ouvia o hino e jogava contra seleções como Brasil, Itália, Espanha.

Como treinador conto com algumas boas passagens pelo Instituto D. João V. Depois a experiência do ano passado no CSKA. Foi uma experiência enriquecedora a todos os níveis. Fez-me crescer, fez-me evoluir até porque estive na melhor liga do mundo. A cultura daquele povo, as dificuldades da língua, a adaptação, tudo isso nos faz crescer.

Nós conseguimos a melhor classificação de sempre do CSKA. Chegar ao quarto lugar da fase regular, nunca antes conseguido. O CSKA era uma das melhores e mais organizadas equipas a nível técnico e tático. Isto era reconhecido pelos responsáveis de todas as outras formações.Vaidade à parte, marcámos uma época no CSKA claramente, e na Liga russa em alguns momentos.

Como referiu, trabalhou com o Paulo Tavares no CSKA. Recentemente recebeu elogios dele numa entrevista que este deu a um diário desportivo, onde até afirmou que o Nuno está no lugar certo. Como recebe estes elogios?

É ótimo. Quando o elogio e a crítica vêm de pessoas que estão diretamente relacionadas connosco, que trabalharam connosco, que conhecem o nosso trabalho, nós temos que ficar satisfeitos. São as críticas que eu considero construtivas e válidas.

O facto de ser treinador do Sporting, uma equipa com grandes responsabilidades no nosso campeonato, tornam-no um alvo mais fácil de críticas?

É possível que assim seja. Não sei até que ponto é que isso é real. Mas estou perfeitamente preparado para isso. Sei o nível em que me encontro. Acredito muito no meu trabalho e na sua qualidade. Acredito na minha equipa técnica. Sei que o trabalho vai dar frutos, que as coisas nos vão correr bem. Apesar de ser um alvo estou preparado para isso porque os resultados vão aparecer.

Depois de uma época frustrante para o Sporting, e tendo em conta que a maioria dos jogadores permaneceu, que grupo de trabalhou encontrou em Alvalade?

O conjunto de jogadores que eu lidero é um grupo forte, bem formado com uma vontade enorme de aprender e crescer. Deparei-me com um grupo cheio de vontade de inverter o que aconteceu na época passada, que foi uma época frustrante. O grupo estava carente de objetivos fortes, de uma intensidade forte, de uma evolução grande. Não querendo comparar-me  ao trabalho que o Orlando Duarte desenvolveu que dispensa qualquer tipo de apresentações.

Este Sporting já está à sua imagem?

A equipa está cada vez mais à minha imagem. Uma equipa agressiva, uma equipa que luta e trabalha muito dentro de campo, que gosta de ter a bola. Uma equipa pressionante, extremamente agressiva para roubar a bola na primeira linha. Penso que isso foi notório nestes jogos (Torneio Internacional de Lamego).

Isto demonstra bem qual é o nosso caminho. Se dúvidas houvesse quanto à nossa postura em campo para esta época, elas estão dissipadas. Vamos apresentar-nos sempre muito bem.

Veja aqui a continuação da entrevista.