O internacional português de futsal Ricardinho, eleito o melhor jogador do mundo, considera que a Portugal falta ultrapassar o seu maior problema, a mentalidade, para que possa acreditar em vencer qualquer adversário.

A um dia de se estrear no Europeu da Sérvia, o jogador falou ao sítio oficial da UEFA e reconheceu que o que mais lhe custa todos os dias é ainda não ter um grande sucesso ao nível da seleção, depois de ganhar tudo a nível de clubes.

“É o que mais me dói todos os dias. Custa-me muito sempre que penso nisso, e custa-me ainda mais pensar nisso quando sou chamado para representar o meu país. Penso sempre comigo mesmo: ‘Será que é desta que vamos conseguir?’”, salientou o jogador.

O jogador, de 30 anos, sublinha que existe qualidade suficiente e que, muitas vezes, é a mentalidade que ‘atraiçoa’ a seleção.

“Temos de nos concentrar em nós mesmos e acreditar que podemos derrotar qualquer adversário, em vez de pensarmos na força do nosso oponente, seja a Espanha, a Itália, a Rússia, ou outro qualquer”, sentenciou.

Em Belgrado, num campeonato em que Portugal estreia-se na quinta-feira frente à Eslovénia, o jogador promete o melhor Ricardinho, salientando que desde que assinou há três anos pelos espanhóis do Inter que se sente no “melhor momento de sempre”.

“Não podia estar mais feliz com a forma como as coisas me estão a correr e, agora, espero conquistar ainda mais troféus. Espero conseguir jogar ao meu mais alto nível na Sérvia e evitar qualquer tipo de lesão. Quero, simplesmente, entrar em campo e fazer aquilo que mais gosto de fazer”, adiantou.

Mais do que um Europeu à sua medida, Ricardinho espera que seja o “Euro de Portugal”, justificando que se assim o for a hipótese de ser o dele cresce substancialmente: “as distinções individuais só surgem quando o coletivo tem êxito. Espero que este seja mesmo o torneio em que damos o passo que falta”.

O ala português salientou, no entanto, não querer colocar pressão em si próprio ou nos companheiros de seleção, mas sente que a equipa, com um misto de experiência e juventude, está mais perto do que nunca do objetivo.

Portugal integra o grupo A do Europeu, juntamente com Eslovénia (jogo na quinta-feira) e Sérvia (no sábado), seguindo os dois primeiros classificados para os quartos de final da competição.

Na sua história no futsal a seleção portuguesa tem como melhor resultado num Europeu um segundo lugar, de finalista vencido, conquistado em 2010, numa competição absolutamente dominada pela Espanha, com seis títulos europeus.

Rússia, com dois, e Itália, com um e é campeã em título, são os outros países que já se sagraram campeões europeus de futsal.