O selecionador português de futsal estabeleceu como principal objetivo para o Europeu de 2014 ultrapassar na fase de grupos, mas advertiu que não se quer limitar aos quartos de final, nos quais foi eliminado há dois anos.

Apesar do otimismo, Jorge Braz avisou, em entrevista à agência Lusa, que Portugal ficou integrado num grupo com “duas equipas difíceis”, a Rússia, vice-campeã europeia, e a Holanda, e que o campeonato, a disputar na Bélgica, será “um Europeu de algumas surpresas”.

“O principal objetivo é passar a fase de grupos. (...) Sentimos que temos capacidade para passar e estar nos quartos de final. Depois, assumimos também, claramente, que não queremos ficar onde temos ficado. Queremos que seja melhor do que as anteriores fases finais”, observou.

O selecionador reconheceu que a equipa lusa não foi “assim tão competente” no último Campeonato da Europa, no qual eliminada pela Itália nos “quartos”, mas assinalou que a atual equipa tem uma “maturidade diferente, uma organização mais refinada, mais qualidade e soluções”: “Se é assim só temos de acreditar que vai ser melhor”.

Jorge Braz alertou que algumas seleções evoluíram muito nos últimos anos, como se tem comprovado nos jogos de preparação, o que leva o treinador a defender que o Europeu de 2014 pode proporcionar algumas surpresas, ainda que a Espanha, tetracampeã em título, seja a incontestada favorita à vitória final.

“Quem ganhou o Europeu tantas vezes consecutivas é claro que tem o rótulo de favorito. Mas parece-me que a Rússia está com uma equipa fortíssima, tal como a própria Itália. Os eslovenos têm conseguido resultados muito interessantes e o Azerbaijão está com mais um reforço brasileiro”, analisou.

O apoio dos emigrantes portugueses na Bélgica será, para Jorge Braz, um fator importante para a motivação dos jogadores, ainda que o técnico observe que se trata de um grupo muito experiente, que “já passou por várias fases finais e sabe as dificuldades que vai encontrar”.

O selecionador não desvalorizou a influência que o ala Ricardinho, o único jogador português distinguido com o troféu para o melhor jogador mundial, em 2010, tem qualidade do jogo praticado pela equipa das “quinas”.

“Quando alguém é quase unanimemente considerado um dos melhores jogadores do Mundo tem de ter uma influência grande. Para além da magia, funciona sempre de acordo com os princípios coletivos, com o que é necessário a cada momento do jogo e quando assim é [a influência] ainda é maior”, rematou.