O amador Tomás Silva qualificou-se hoje para as rondas finais do Portugal Masters em golfe, juntando-se a Ricardo Melo Gouveia, melhor luso no ‘ranking’ mundial, como os únicos portugueses a passarem o ‘cut’.

No dia em que comemora o 23.º aniversário, Tomás Silva terminou a segunda volta com 68 pancadas, três abaixo do par, o mesmo resultado com que avança para o fim de semana.

“Consegui passar o ‘cut’, acho que é uma prenda de aniversário justa. Trabalhei para passar o ‘cut’ e amanhã [sábado] cá estarei”, disse Tomás Silva, que considerou este torneio “uma aprendizagem”.

Por ser amador, Tomás Silva não poderá receber o prémio monetário, mas diz que é importante passar o ‘cut’ e poder aprender “como os melhores do mundo e da Europa trabalham para chegar ao nível em que eles estão”.

“Estar num torneio do European Tour e jogar no sábado e no domingo é bom para qualquer amador, mas este não é o meu torneio”, disse.

Tal como Tomás Silva, Ricardo Melo Gouveia, o melhor português no ‘ranking’ mundial, tinha terminado a primeira volta no par, melhorando hoje, com uma ronda de 68 (-3), pelo que aspira ainda a um lugar no top-10, apesar de estar a 11 ‘shots’ do líder, o inglês Andy Sullivan.

“Subir no ‘leader board’, tentar fazer o melhor possível no fim de semana e esperemos que consiga um ‘top-10’, o que era ótimo. Vai ser difícil, mas se continuar a jogar como estou, acho que vou conseguir esse objetivo”, disse o atual 123.º do mundo.

Dramático foi o final de prova de Ricardo Santos, que tinha terminado a primeira volta como melhor português, mas acabou por fazer três ‘bogeys’ nos três últimos buracos, terminando com 142 pancadas (igual ao par), a apenas uma de passar o ‘cut’.

No último buraco, Ricardo Santos esteve duas vezes a centímetros de conseguir uma pancada que lhe desse a qualificação, em especial a segunda, que ficou ‘encostada’ ao buraco, mas sem cair.

“A verdade é que foi uma volta inglória, porque acabei com três ‘bogeys’. (...) É certo que com um pouco de sorte a história podia ser diferente, mas há que aceitar estas épocas inglórias e com falta de sorte e continuar com o trabalho”, disse Santos, que ainda detém a melhor prestação de um português no Portugal Masters.

Ricardo Santos vai agora descansar durante cerca de um mês, antes de disputar a escola de qualificação, na qual vai tentar garantir um lugar no European Tour da próxima temporada.

Também o bicampeão português Tiago Cruz ficou fora devido a um ‘bogey’ no último buraco e quatro na segunda metade da prova, que o fizeram terminar no par do campo.

“Infelizmente não acabei abaixo do par. Comecei bem, com três abaixo ao fim de nove buracos. A segunda volta foi muito má, falhei alguns ‘fairways’ e aqui quando se falha ‘fairways’ é praticamente o ‘bogey’ garantido, foi o que aconteceu. Quatro ‘bogeys’ e um ‘birdie’ na parte final e faço par do campo. É triste”, lamentou.

Num dia em que teve de percorrer 21 buracos (tinham ficado três por completar da véspera, o amador Vítor Lopes também esteve perto de passar o ‘cut’, mas dois ‘bogeys’ nos buracos finais tiraram-lhe essa possibilidade, terminando com uma pancada acima do par.

“É sempre bom, senti alguma adrenalina no primeiro buraco, mas faz parte. É uma sensação completamente diferente do jogo amador contra profissional. Adorei”, disse o golfista, de 19 anos, sobre a estreia no European Tour.

João Carlota (três abaixo do par), Filipe Lima (+4) e Pedro Figueiredo (+15) também se despediram do torneio de Vilamoura.