O treinador da equipa de hóquei em patins do Benfica fez um balanço positivo dos seus primeiros meses à frente dos campeões europeus em título, e assume que os objetivos do clube não se ficam pelos dois títulos internacionais conquistados recentente: a Taça Continental e a Taça Intercontinental.

Numa extensa entrevista ao diário Record, o técnico de 45 anos admite que não basta chegar ao Benfica, é preciso vencer títulos num clube que vive de troféus e vitórias.

«Era um dos objetivos da minha carreira. Mas não será o último. Chegar só
ao Benfica não é suficiente. Queria chegar e vencer. As vitórias estão
no ADN deste clube e desta secção de hóquei em patins e não gostaria de ver
esta dinâmica interrompida», afirmou Pedro Nunes sobre a sua carreira enquanto treinador de hóquei em patins.

«Há uma cultura no clube que passa por entrar todas as competições para
ganhar. E foi isso. No meu caso não me assusta, porque habituei-me a ver
o Benfica a lutar em todas as frentes para vencer», acrescentou sobre a pressão de vencer.

Em relação às restantes provas que o Benfica vai disputar esta época, Pedro Nunes não muda o discurso admitindo que os encarnados jogam sempre para vencer, e considera que o campeonato nacional não é uma prova de regularidade.

«As três provas, campeonato, Taça de Portugal e Liga Europeia, exigem uma concentração maior no espaço e no tempo da parte de todos. É verdade que o Benfica tem reagido melhor às provas de curta duração. Mas, para mim, o campeonato não é uma prova de regularidade. É uma competição atípica, tem uma margem de erro curta ou reduzida», começou por comentar o técnico do Benfica

«Não concebo que uma equipa que some 75 pontos não seja regular. Temos de estar preparados para o jogo a jogo não desperdiçar pontos», acrescentou Pedro Nunes.

«Numa primeira fase acreditei que o playoff era um forte contributo para a imagem e divulgação da modalidade. Mas à boa maneira portuguesa, existe sempre alguém insatisfeito. Alguém que na altura se sentia prejudicado. O playoff premeia numa primeira fase a equipa mais regular, e na segunda, a equipa que naquele momento estaria mais bem preparada. Sinceramente, é o modelo que mais me agrada», disse ainda sobre o modelo competitivo.

«O atual modelo é justo, mas falta-lhe espetacularidade. Ver apenas uma competição discutida com apenas dois jogos entre Benfica e FC Porto ou Benfica e Oliveirense é manifestamente pouco para a visibilidade e credibilidade que o hóquei em patins necessita», sentenciou Pedro Nunes.

Esta quarta-feira, o Benfica defronta o Juventude de Viana num jogo que vai marcar o regresso de Luís Viana à Luz depois de três épocas ao serviço dos encarnados.

«É um jogo muito importante para o Benfica. A Juventude de Viana soma por vitórias os jogos até agora realizados. É uma equipa que tem um bom conjunto de jogadores e nós, para ultrapassarmos o adversário, teremos de estar ao nosso melhor nível», afirmou o técnico na antevisão.

Sobre o regresso de Hugo Viana à Luz, Pedro Nunes não poupou elogios ao antigo jogador do Benfica: «Trata-se de um excelente praticante, que fez história no Benfica, e que agora está na equipa adversária, mas por quem temos muito respeito.»