Depois dos confrontos registados no último fim-de-semana entre adeptos na partida de hóquei em patins que opôs Óquei de Barcelos e Benfica, e da agressão de um adepto do clube da Luz ao hoquista sportinguista João Pinto na abertura do campeonato, as críticas sobre a falta segurança nos pavilhões têm surgido de todas as direções.

Os “encarnados”, pela voz do seu vice-presidente, Domingos Almeida Lima, foram os últimos a tecer fortes críticas ao sistema de segurança adoptado pelo clube nortenho, Óquei de Barcelos.

O dirigente das “águias” avisou que é “necessário tomar medidas para que os recintos desportivos tenham as devidas condições de segurança”, lembrando também que “os bancos de suplentes e equipa técnica deveriam estar protegidos de qualquer possibilidade de agressão do público”. Mas esta não foi a única queixa ouvida, uma vez que grande parte dos clubes portugueses reclamam da mesma situação.

Situações como cuspidelas, arremesso de isqueiros e outro tipo de objetos em direção aos atletas presentes no ringue têm-se revelado cada vez mais frequentes. Gilberto Borges, diretor de hóquei em patins do Sporting, assegura que “o problema é a futebolização das coisas” e realça que os clubes têm de “ter coerência dentro e fora dos recintos e transmitir uma imagem de qualidade”.

Mas não é o único: Álvaro Figueira, responsável por dirigir a modalidade do Barcelos, avisa que “quando os jogos metem claques de futebol, as coisas são mais complicadas. O hóquei em patins é diferente. Os nossos apoiantes são homens, mulheres e crianças”, afirmou.

Quando se olha para as opções de segurança (obrigatória em todas as partidas) admitidas pelo regulamento que rege a modalidade na primeira e segunda ligas, os clubes podem optar por contratar polícias ou garantir a segurança através de agências privadas.

“A lei está mal. Temos de dar segurança aos cidadãos e à arbitragem. Por exemplo, se fosse árbitro e não me sentisse seguro, favorecia o clube da casa para não ter problemas. Favorecia o meu corpo…”, disse Aníbal Valente, diretor da Oliveirense.

Paulo Turquel também criticou a falta de segurança, analisando a situação de outro ângulo: “a despesa com a polícia é pesada, obrigando a procurar situações económicas” (que se revelam menos exigentes), afirmando que os preços a pagar aos agentes de segurança “oscilam entre os 300 e os 700 euros”, em função do risco do jogo. O dirigente do clube de Alcobaça acrescenta ainda: “já falamos com a polícia para reduzir o número de efetivos, sem sucesso”, concluí.

Atualmente está previsto um mínimo de quatro horas de intervenção quando as forças de segurança são contratadas (embora um jogo não dure mais de três) e exige-se o pagamento de cerca de 40 euros por hora a cada agente. Não obstante, os clubes queixam-se ainda que a tabela dos desportos profissionais é aplicada aos amadores, o que acaba por se revelar uma situação incomportável e, consequentemente, tem influência na diminuição dos níveis de segurança.