A Ilha de Sal (Cabo Verde) albergou de 17 a 24 deste mês a 10ª edição dos Jogos da CPLP, com a participação de seis países falantes de língua portuguesa, designadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Angola esteve presente com futebol, basquetebol, andebol, atletismo, atletismo adaptado, natação, voleibol e taekwondo. Todas as modalidades saíram medalhadas, sendo o desporto adaptado o que mais vezes subiu ao pódio (13) e a única a conquistar o "ouro".

José Chamoleia foi o atleta que mais se destacou, arrebatando três medalhas de ouro e uma de prata, confirmando o bom momento de forma que atravessa, antes de seguir para o Brasil para disputar os Jogos Paralímpicos.

No total, Angola conquistou 26 medalhas, três de ouro, sete de prata e 16 de bronze, divididas da seguinte forma pelas modalidades: Atletismo adaptado (13/três de ouro, quatro de prata e seis de bronze), atletismo (4/uma de prata/três de bronze), natação (duas de bronze), taekwon-dó (2/uma de prata e uma de bronze), voleibol (duas de bronze), basquetebol (uma de bronze), andebol (uma de bronze), futebol (uma de prata). Os angolanos, que competiram com 66 atletas, terminaram, na tabela geral, na terceira posição, numa classificação liderada por Portugal.

Não é a primeira vez que Cabo Verde organiza os jogos da CPLP. Em julho de 2002, a cidade da Praia acolheu os IV Jogos da CPLP que juntou 470 atletas. Nesta edição, a décima, que teve lugar na Ilha de Sal, nas cidades de Espargos e Santa Maria, estiveram presentes cerca de 500 atletas, além de técnicos, membros da equipa médica, árbitros, dirigentes, oficiais e voluntários.

A escolha da ilha do Sal para acolher a prova não foi por acaso. Promover o turismo através do desporto, descentralizar a realização de eventos desta magnitude para as restantes ilhas, divulgar a realidade cabo-verdiana e as suas potencialidades foram os principais motivos que levaram o governo de Cabo Verde a escolher a ilha mais turística do país, como anfitriã dos X Jogos da CPLP.

Além da vasta oferta em infraestruturas hoteleiras para acolher as delegações desportivas, pesaram na decisão tanto as excelentes condições do Estádio Municipal Marcelo Leitão, que além do campo de futebol com relva sintética possui uma pista de atletismo que obedece aos padrões internacionais de qualidade, a beleza da praia de Santa Maria, fatores de peso que ditaram a escolha do local.

A nível organizativo, de um modo geral, Cabo Verde correspondeu às expectactivas, com particular destaque para o alojamento, tendo hospedado todas as caravanas num hotel cinco estrelas, com todas as condições.

Internamente, a divulgação foi razoável, com os locais a reclamarem sobre os horários dos jogos da selecção anfitriã. As dunas, salinas e as praias foram os principais pontos turísticos para os participantes no evento, sendo que as praias centralizaram as atenções, tanto nos dias de folgas como em competição.

Em termos competitivos ainda se regista um enorme desequilíbrio entre os países membros da CPLP. Portugal, Moçambique, Angola e Brasil estão muito à frente no que aos investimentos desportivos diz respeito, provocando uma disparidade com países como Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé.

O Brasil, que esteve representado apenas por modalidades coletivas, com exceção do voleibol, destacou-se pelo facto de enviar campeões escolares, sem ligação com qualquer clube, no basquetebol e andebol.

Em 2018 será a vez de São Tomé e Príncipe albergar a competição, depois de dois adiamentos por falta de condições. Na reunião dos ministros dos desportos da CPLP, em que Angola esteve representada pelo secretário do estado para os desportos, Albino da Conceição, os presentes decidiram por unanimidade que São Tomé deverá organizar a próxima edição, mas sem grandes exigências.

Os Jogos são destinados a atletas de ambos os sexos dos sub-16, excepto a natação e o atletismo paralímpico em que podem participar atletas dos sub-20.