O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) fez hoje, na Assembleia da República (AR), uma avaliação positiva da preparação dos atletas para os Jogos Rio2016 e considerou que Portugal deve também aproveitar o evento em termos institucionais.

“A avaliação é positiva. Não houve nenhum fator que possa ser limitativo da participação olímpica”, afirmou José Manuel Constantino, na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

O presidente do COP informou que “já estão apuradas 52 quotas de atletas, em oito modalidades”, mas assumiu que o objetivo é superar o número de 76 atletas, que representaram Portugal nos Jogos Olímpicos Londres2012.

José Manuel Constantino destacou o facto de no plano institucional Portugal ir apresentar a candidatura do velejador João Rodrigues para a comissão de atletas do Comité Olímpico Internacional (COI) e da antiga atleta Rosa Mota para membro da estrutura olímpica mundial.

O presidente do COP disse ainda que o organismo quer “mobilizar vontades para que o português possa ser aceite como língua de trabalho do COI e manifestou-se bastante satisfeito com o facto de Navio Escola Sagres, da Marinha portuguesa, ser a 'Casa de Portugal' no Rio de Janeiro durante os Jogos.

José Manuel Constantino recusou, como habitualmente, quantificar os objetivos de Portugal no que se refere a medalhas nos Jogos Olímpicos Rio2016, que decorrem entre 05 a 21 de agosto, preferindo enaltecer as qualidades dos atletas lusos.

“Os nossos atletas são dos melhores do mundo, disputam ‘rankings’ durante quatro anos, em algumas disciplinas só são apurados os 16 melhores do mundo”, disse, questionando: “quantos setores permitem a Portugal estar nesta posição, entre os melhores do mundo?”.

José Manuel Constantino destacou os 15,7 milhões de euros disponibilizados para o programa de participação olímpica, o que representa um aumento de 8% em relação a Londres2012, e admitiu a existência de problemas não financeiros na preparação olímpica.

“Os problemas do alto rendimento situam-se a montante e passam por fatores como a desvalorização da educação física nas escolas e a má aplicação do regime de estudante com estatuto de alto rendimento”, disse.

José Manuel Constantino reiterou a preocupação manifestada terça-feira pelo chefe de cissão de Portugal aos Jogos Olímpicos Rio2016, José Garcia, em relação ao vírus Zika.

“Estamos em linha com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e expectantes em relação a novidades que possam surgir”, disse.

Na segunda-feira, o COP emitir um comunicado para todas as federações com recomendações da sua equipa médica, concertada com a OMS e o COI, sobre o que deve em termos de prevenção.

O vírus Zika, que é transmitido pelo mosquito 'Aedes albopictus' e 'Aedes aegypti', levou as autoridades brasileiras a decretarem o estado de emergência.