A Operação policial Bota-Fora, iniciada hoje no Brasil, está a investigar um alegado desvio de recursos públicos na ordem dos 85 milhões de reais (21,6 milhões de euros) nas obras do Complexo Esportivo Deodoro.

A informação foi avançada pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC), que realiza a operação em conjunto com a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita Federal, no Rio de Janeiro.

A operação cumpre oito mandados de busca e apreensão na sede administrativa do Consórcio Complexo Deodoro, responsável pela construção de arenas dos Jogos Olímpicos Rio 2016, na sede de outras empresas ligadas ao esquema e em residências dos investigados", informou o Ministério.

A partir de uma fiscalização feita em meados do ano passado, "foram detectados indícios de falsificação nos registos dos volumes de resíduos das obras de construção civil que são transportados do local das obras", lê-se num comunicado da tutela.

"Os volumes de resíduo foram superfaturados pelo Consórcio Complexo Deodoro, formado pelas empreiteiras Queiroz Galvão e OAS, mediante falsificação dos documentos comprobatórios e da contratação de uma empresa para simular o transporte e a disposição do material residuário das obras", lê-se na nota.

Segundo o Ministério, foi também apurado que "o consórcio construtor não pagou as despesas referentes à tarifa de disposição de resíduos da construção civil no local licenciado".

"A simulação de despesa de transporte de resíduos das obras, com a falsificação de documentos públicos e a oneração de custos incidentes sobre as obras olímpicas, representa um prejuízo potencial de 85 milhões de reais aos cofres públicos", de acordo com o comunicado.

Em março de 2016, a justiça do Rio de Janeiro determinou que fossem bloqueados 128,5 milhões de reais (32,7 milhões de euros) relativos ao transporte e descarte de resíduos, que seriam pagos à empresa Queiroz Galvão.

Os Jogos Olímpicos 2016 decorrem no Rio de Janeiro de 05 a 21 de agosto.