Kimia Alizadeh tornou-se na quinta-feira na primeira mulher iraniana a conquistar uma medalha olímpica, a de bronze em -57 kg no taekwondo, mas ambiciona chegar ao ouro.

“Estou muito feliz pelas mulheres iranianas porque é a primeira medalha e espero que nos próximos Jogos Olímpicos consiga o ouro”, afirmou Alizadeh, que combateu no Rio2016 com um ‘hijab’ por baixo das proteções, após bater a sueca Nikita Glasnovic por 5-1, na disputa pelo bronze.

Alizadeh, de 18 anos, já tinha conquistado a medalha de bronze no Mundial de 2015, quando derrotou a britânica e agora bicampeã olímpica Jade Jones, e vencido os Jogos Olímpicos da juventude em 2014.

“Estou muito satisfeita e quero agradecer aos meus pais e ao meu treinador. Eles apoiaram-me muito e eu estou muito feliz”, frisou.

O ultraconservador Irão tem habitualmente uma representação feminina reduzida em Jogos Olímpicos, especialmente desde a revolução islâmica de 1979.

A atiradora Lida Fariman foi a primeira autorizada a disputar os Jogos, em Barcelona1992.

Mesmo assim, a indumentária obrigatória pelos líderes religiosos restringe a liberdade de movimentos em vários desportos, além de que as mulheres estão proibidas de assistir a eventos desportivos no Irão se estiverem presentes homens.

Nos primeiros dias dos Jogos do Rio de Janeiro, uma mulher iraniana foi convidada a deixar o recinto do voleibol, depois de ter protestado contra as leis no seu país. Darya Safai ergueu um cartaz com a mensagem: “Deixem as mulheres iranianas entrar nos estádios”.

A iraniana residente na Bélgica recusou-se a abandonar o espaço e a organização permitiu que continuasse a assistir ao encontro entre Irão e Egito.

Os maiores sucessos olímpicos do Irão foram obtidos no taekwondo, modalidade em que Hadi Saei conquistou os títulos em Atenas2004 e Pequim2008.