Para o período dos jogos, disputados de 5 a 21 deste mês, a cidade do Rio de Janeiro recebeu 1,17 milhão de turistas, sendo 410 mil deles estrangeiros.

A área de hotelaria registrou ocupação de 94 por cento, de acordo com o levantamento compilado pela Prefeitura do Rio, com base em dados de vários órgãos.Os Estados Unidos da América foi o país que mais turistas levou ao Brasil, seguido pela Argentina e Alemanha. Cada estrangeiro gastou, em média, R$ 424,62 (cerca de 135 usd) por dia na cidade.

Entre os turistas brasileiros, 43pc eram de São Paulo, seguidos pelos gaúchos e mineiros. Cada um gastou R$ 310,42 diariamente, em média.

De acordo com a análise das autoridades locais, a evento teve um impacto positivo na economia da cidade. O comércio aumentou em 70% na região da Zona Sul em comparação com o mês de Agosto de anos anteriores. Na Barra da Tijuca, no Centro e na Zona Norte, as vendas aumentaram em 30%, com destaque para a região da Tijuca, cujo comércio aumentou em 45%. Em outros pontos da Zona Oeste, o aumento no comércio foi de 20%.

Ainda de acordo com a prefeitura do Rio, o facto de as instalações serem móveis não interferiu na qualidade. "Isso não fez com que perdêssemos a qualidade das instalações, já que registramos mais recordes do que em Londres.", garantiu o prefeito.

Ele ainda destacou que uma capital do país pode receber a piscina onde o nadador Michael Phelps foi campeão na Rio 2016.

"É importante falar desse conceito de arquitetura nómada, ou seja, o estádio aquático será transformado em dois centros aquáticos. E temos uma novidade: já recebemos solicitações de três prefeitos de capitais pelo Brasil para que uma dessas piscinas seja doada para outra cidade.

“Eu acho que seria interessante. Como esse estádio foi pago pelo governo Federal, eu, com tranquilidade, abriria mão de uma das piscinas para termos noutra capital brasileira a piscina na qual o Michael Phelps bateu tanto recorde e essa estrutura ir para outra capital brasileira", disse durante a conferência dedicada ao balanço do evento.

Evento calou críticos

Segundo o prefeito, o Rio foi "capaz de calar" todos os seus críticos ao longo das competições. "Temos que agradecer o povo dessa cidade e do Brasil, que demonstrou uma grande capacidade de entrega. Sempre ouvimos que os cariocas e brasileiros são marcados pelo ‘jeitinho’ (estratagemas). Mas esta Olímpiada também mostrou uma grande capacidade de organização", afirmou Eduardo Paes.

O prefeito criticou o que chamou de "alarmismo" da imprensa e de setores de Saúde do país e do exterior. "Foi mais seguro para não pegar zika ficar no Rio do que ir para Miami", disse Paes.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o país superou muitos estereótipos que perduravam no exterior. Ele destacou o fato de que além de nenhum caso de zika ter sido registrado, não aconteceu nenhum caso de terrorismo durante o evento.

"O mundo viu a cara do Brasil por inteiro. Que superamos a questão da segurança, que foi um dos males propagados no exterior, com mais de 90% de aprovação da segurança. Mais do que em muitos países de onde eles vieram", declarou.

Paes disse também que a cidade já se está a preparar para os Jogos paralímpicos, que começam no dia 7 de Setembro.

Boulevard Olímpico

Os três sites ao vivo do Boulevard Olímpico - Porto Maravilha, Parque Madureira e Centro Desportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande - atraíram mais de quatro milhões de pessoas com a transmissão de competições e agenda de eventos. O Boulevard da região Portuária já pode ser considerado como o maior da história olímpica.Graças ao sucesso, a Prefeitura do Rio manterá atrações no local no período que antecede os Jogos Paralímpicos.

Transportes

Com as medidas que sugeriam à população do Rio uso do transporte público durante o evento, além de feriados durante o período, a Prefeitura do Rio assegura que o fluxo de veículos foi reduzido em 5,6% no seu volume diário. Cento e quatro vias foram bloqueadas nos dias críticos e 342 quilómetros de áreas públicas foram interditadas.

A Prefeitura afirma ainda que 4.342 multas foram distribuídas por invasão das faixas olímpicas. Cerca de 800 mil Riocards olímpicos foram vendidos e quatro milhões de viagens realizadas. O BRT transportou 11,7 milhões de passageiros e aproximadamente 2,2 milhões de pessoas usaram os serviços especiais para atender quem ia para as instalações olímpicas. O recorde de público no BRT foi registado dia 12 de Agosto, quando 855 mil pessoas utilizaram o serviço convencional e o implantado para os Jogos.

O VLT levou 721.703 passageiros durante os jogos. De acordo com os administradores do transporte, 3.306 viagens foram feitas entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. O tempo médio de percurso foi de 36 minutos.

O Metro Rio registrou durante o período em análise o seu recorde histórico de passageiros, ao levar 1,121 milhão de pessoas no dia 17 de Agosto. Durante o período, o transporte levou 13,9 milhões de passageiros nas três linhas. A concessionária também ultrapassou um milhão de usuários nos dias 12 de Agosto, 15 de Agosto, 16 de Agosto e 19 de Agosto.

Os comboios transportaram 10 milhões de passageiros. As estações que registraram a maior quantidade de passageiros foram a Central do Brasil (363.522 embarques), olímpica de Engenho de Dentro (359.086 embarques) e Vila Militar (164.369).

Saúde

Durante o Rio2016, a Secretaria Municipal de Saúde realizou 8.681 atendimentos. Destes, 2.133 foram para turistas estrangeiros. Os países que mais requereram atendimentos foram os EUA, com 141 casos, 118 casos de atendimentos a argentinos e 69 deles para ingleses. As principais buscas foram por dores de cabeça, hipertensão arterial e sintomas de mal estar causados por resfriados.

Ordem Pública

A Secretaria Municipal de Ordem Pública rebocou, ao longo do período olímpico, 2.062 veículos. Outros 3.850 carros foram autuados por estacionamento irregular. Cinco estacionamentos clandestinos foram interditados por não terem alvará para funcionar.

Foram apreendidos 26 mil itens como bebidas, roupas, acessórios e equipamentos eletrónicos comercializados irregularmente nas ruas. Cinquenta pessoas que venderam ingressos de forma ilegal também foram levadas para a unidade policial. Outras 1.067 foram multadas em R$ 510 por urinar em vias públicas.

Lixo

Do dia 3 de Agosto, início da estafeta da tocha olímpica na cidade do Rio, até o fim da cerimónia de encerramento dos Jogos, no dia 21 de Agosto, foram removidas duas mil toneladas de resíduos sólidos das principais instalações olímpicas da cidade e dos sites ao vivo (ecrãs gigantes) do Boulevard Olímpico. A operação mobilizou 2.380 pessoas.

Somente no Parque Olímpico, por exemplo, foram removidas 500 toneladas de lixo, sendo 430 toneladas de lixo comum e 70 toneladas de lixo reciclável.O material reciclável foi entregue às cooperativas de catadores de Triagem.

Os três sites ao vivo do Boulevard Olímpico - no Porto Maravilha, no Parque Madureira e no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande - geraram 230 toneladas de lixo. Foram 150 toneladas no Porto Maravilha, 35,5 toneladas no Parque Madureira e 44,5 toneladas em Campo Grande.

As equipas do programa Lixo Zero fiscalizaram os principais acessos às arenas olímpicas e os sites ao vivo. Durante o rio2016, 3.711 pessoas foram autuadas, sendo 694 delas turistas estrangeiros. Entre estes estrangeiros multados, a maior parte deles é da América do Sul, representados por 38%; outros 32% deles eram da Europa. EUA e Canadá são responsáveis por 12% dos multados, cada um. Entre os brasileiros, os mais multados foram os paulistas, mineiros e brasilienses.