O italiano Alex Schwazer, campeão olímpico dos 50 quilómetros marcha nos Jogos Pequim2008 e excluído nas últimas horas de Londres2012 por “doping”, admitiu o consumo de EPO em meados de julho.

O atleta assegura que o fez sozinho, mas reivindica que os resultados anteriores são válidos porque estava «limpo».

Em entrevista publicada hoje pela Gazzetta dello Sport, um dia após a sua exclusão da equipa olímpica italiana, Schwazer revela que recorreu a EPO em julho, quando treinava em Oberstdorf, e que o fez sozinho, sem ajuda de ninguém e sem o conhecimento do seu treinador.

Alex Schwazer explicou que aprendeu como o fazer sozinho na internet e que a motivação era a de querer ser mais forte e mais rápido, quando tinha pela frente as provas olímpicas dos 20 e 50 quilómetros marcha.

«Tomei a infeliz decisão [de consumir EPO] em meados de julho, depois da preparação em St. Moritz. O que fiz antes foi de modo limpo, juro», assegurou o atleta.

Desde sempre o marchador tinha tido manifestações públicas contra o recurso ao “doping”, mas explicou que a ideia começou a rondar no último ano, nos Mundiais de Daegu, na Coreia do Sul, quando os russos lhe disseram que «usavam coisas».

Schwazer revelou ainda que a partir de 30 de julho, quando lhe pediram uma análise de urina, deixou de conseguir dormir e que o mundo lhe caiu em cima.

«Sabia que me tinham descoberto», acrescentou o campeão olímpico, reiterando que o resultado dos Jogos de Pequim ou a medalha de bronze dos Mundiais de Helsínquia em 2005 ou em Osaka em 2007, foram obtidas de forma legal.

Questionado sobre o anúncio feito em 28 de julho, no qual renunciava aos 20 quilómetros em Londres, alegando estar com gripe, Schwazer reconheceu que era uma mentira, e disse ainda que a contra-análise é desnecessária, porque confessa tudo.