Os portugueses Bernardo Freitas e Francisco Andrade conseguiram um oitavo lugar e um diploma no torneio olímpico de vela de Londres2012, terminando com 134 pontos, ao fazerem um sétimo lugar na Medal Race de 49er, em Weymouth.
Apesar das remotas esperanças na conquista da medalha de bronze, uma vez que o ouro e a prata já estavam destinados para os australianos Nathan Outeridge e Iain Jensen e os neozelandeses Peter Burling e Blair Tuke, os portugueses garantem que “mostraram a raça portuguesa” e com os parabéns dos adversários.
Outteridge e Jensen juntaram, aliás, o título olímpico aos quatro que já tinham como campeões mundiais da Classe (2008, 1009, 2011 e 2012).
Na regata final, a dupla não largou bem, esteve em oitavo, mas recuperou na primeira bolina, passando a primeira boia na quarta posição, mantendo o posto no fim da primeira popa.
A segunda bolina acabou de vez com as esperanças numa boa classificação, com os portugueses a baixarem para a sexta posição e para sétimos na geral.
Até final da regata, a dupla continuou a oscilar entre o quarto e o sétimo lugares, mas era claro que iria manter o oitavo lugar e já não chegaria às posições do pódio, até porque os dinamarqueses Allan Norregaard e Peter Lang conseguiram recuperar da nona e penúltima posição – no final da primeira bolina - até à terceira posição na meta, confirmando a conquista da medalha de bronze.
Mesmo falhado o objetivo da medalha, Bernardo Freitas não escondia a sua satisfação pela prestação em Londres2012.
«Tenho um orgulho enorme em representar Portugal e chegar a este resultado. Acho que superámos as expectativas, concretizámos o nosso objetivo que era chegar aos 10 primeiros e estar na Medal Race, demos o nosso melhor e é um orgulho ter feito o que fizemos, eu e o Francisco, depois do trabalho forte destes últimos quatro anos para chegar aqui ao mais alto nível e termos mostrado a raça portuguesa neste campeonato», afirmou Bernardo Freitas, de 22 anos.
O jovem “leme” sublinhou o «excelente campeonato» realizado pela dupla nacional e lamentou o «dia mau» no último dia de regatas de classificação, mas garantiu que a equipa entrou na Medal Race «de cabeça erguida» e sai de Weymouth/Portland com «um sorriso na cara».
Bernardo Freitas conseguiu um diploma nos seus primeiros Jogos Olímpicos, mas ainda não sabe qual o seu futuro.
A completar o curso de gestão na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, o jovem velejador apenas conseguiu estudar no primeiro semestre, mas o esforço «valeu a pena».
O objetivo agora é acabar o último ano do curso e depois «avaliar as oportunidades» para decidir se a vela continuará a ser uma prioridade no futuro mais próximo.
O “proa” Francisco Andrade realçou a regularidade e competitividade da dupla ao longo do campeonato, reconhecida até pelos adversários.
«A sensação é excelente. Fizemos o campeonato quase todo no quarto lugar, estivemos em quinto, voltámos ao quarto, tivemos um dia mau e fomos para oitavos. Fomos bastante regulares, a Medal Race também foi positiva, foi uma regata divertida. Foi muito bom, ninguém esperava que fizéssemos isto. Os nossos adversários todos os dias nos dão parabéns», afirmou Francisco Andrade, que completou a segunda participação olímpica, depois do 11.º posto de Pequim2008, com Jorge Lima, também em 49er.
«Estes Jogos e os passados são totalmente distintos. As condições aqui em Inglaterra são espetaculares, com ventos fortes, bons para a prática da vela. Foi super motivador passar perto da costa e ver milhares de pessoas a gritar, a gritar por nós. É uma sensação espetacular», comentou.
Na zona de Noth, um relvado enorme junto à costa, em Weymouth, os milhares de pessoas que assistiram à regata pagaram 55 libras (quase 70 euros) para assistir de perto à “batalha naval” olímpica.
O “proa”, que na segunda-feira completou 32 anos, fez ainda um rasgado elogio ao seu jovem colega de equipa: «Nós temos uma relação muito boa. Temos uma diferença de 10 anos. Fui buscar o Bernardo há quatro anos à juventude portuguesa da vela e foi um sonho trazer o Bernardo a este nível. E já lhe agradeci por isso, por ser ele a pessoa com quem estou a viver este momento».
Sobre o futuro da equipa, apesar de sublinhar que querem «continuar juntos», o futuro dependerá dos apoios que venham a existir para a campanha do Rio de Janeiro2016 , pois «tudo está no ar».
Na quinta-feira é a vez da dupla de 470 formada por Álvaro Marinho e Miguel Nunes disputar a Medal Race, mas o objetivo passará apenas por tentar melhorar o sétimo lugar atual, pois os lugares do pódio são matematicamente impossíveis.

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