Cinco dos sete atletas camaroneses desaparecidos durante os Jogos Olímpicos Londres2012 afirmaram esta segunda-feira, em entrevista à BBC, que foram ameaçados por responsáveis da sua delegação.

«Os nossos dirigentes, os mesmos que estiveram presentes nos Jogos Olímpicos connosco, são os mesmos que nos ameaçaram, quando um colega perdeu um combate», disse à BBC Blaise Yepmou Mendou, acrescentando que tentaram confiscar os passaportes ao pugilista.

Cinco pugilistas e outros dois atletas camaroneses, um nadador e a guarda-redes da equipa feminina de futebol, que desapareceram da vila olímpica há mais de uma semana, afirmaram que queriam ficar em Inglaterra para desenvolver as suas carreiras.

«Nós não estamos aqui por não amarmos o nosso país, mas porque queremos praticar o desporto que amamos. Nós não podemos entrar nos Camarões. Mesmo se regressarmos, não vamos poder treinar», disse por seu turno Thomas Essomba, um dos pugilistas.

Os atletas, que segundo avançaram as autoridades olímpicas britânicas na semana passada, têm visto até novembro, procuram um patrocinador que os ajude a tornarem-se residentes a longo termo em Inglaterra.

«Tudo o que queremos é tornarmo-nos campeões. Se estivesse bem no meu país, não iria procurar outro. Queremos ser profissionais e o mais importante é encontrar um patrocinador e entrar para um clube de boxe», explicou Thomas Essomba.

De acordo com o chefe da delegação camaronesa, David Ojong, os pugilistas procuram desculpas para justificar a sua partida, avançando que estão a mentir e que nunca foram ameaçados.