O selecionador de canoagem, Ryszard Hoppe, manifestou hoje a vontade de continuar o seu trabalho até aos Jogos do Rio de Janeiro2016, prometendo conquistar «mais medalhas» do que a prata da dupla Fernando Pimenta/Emanuel Silva.

«Tenho vontade de continuar. Para o Rio não chega uma medalha. Vamos para mais e vamos levar mais atletas. Quando voltarmos depois de 2016 não vai haver espaço neste aeroporto (para receber em festa os canoístas medalhados)», disse o selecionador à agência Lusa, após a chegada em apoteose da comitiva da canoagem que brilhou em Londres2012.

O técnico polaco, que sempre perspetivou a presença em finais e medalhas da canoagem em Londres2016, não tem dúvidas: «Em 2016 não vamos para uma medalha, mas para mais. A canoagem só precisa ter mais apoio e calma no trabalho».

«Já chegou o momento do desporto português funcionar como em qualquer país da Europa. Não é normal o que a canoagem mostrou nos últimos três ou quatro anos (dezenas de medalhas em europeus e mundiais), com nível muito alto, e em termos de apoios sermos quase os últimos. Estes resultados demonstraram a todos que é bom investir na canoagem», vinca, em "recado" enviado ao poder central.

Ryszard Hoppe garante que «não há melhor país na Europa em termos de condições para a prática da canoagem» do que Portugal, lembrando que anualmente «mais de 20 seleções trabalham aqui no Inverno», pelo que recomenda uma «aposta séria do país na modalidade».

«Precisamos de calma e mais apoio. O desporto profissional precisa trabalhar todos os dias em cada semana e em todos os meses do ano. E com calma. Sem coisas que o possam prejudicar», diz o técnico, que já fez campeões olímpicos na Polónia.

Na hora do êxito que muito lhe pertence - foi dele a ideia e a insistência, com o apoio da federação, na aposta de Portugal neste K2 1.000, apesar de Fernando Pimenta assumir publicamente o desejo de fazer K1 -, Ryszard Hoppe deixou os maiores elogios para os atletas que treina nas seleções e para a direção.

«Parabéns aos atletas e direção, porque no mundo ninguém faz grandes resultados sozinho. É em equipa, como uma família. Em Portugal somos como uma família. Temos pouco dinheiro, mas bons pais, com o Miguel (Mário Santos) e (José) Garcia - presidente e vice-presidente da federação - que arranjaram as melhores condições», vincou.

O técnico polaco agradeceu ainda o forte contributo de Rui Fernandes, treinador que trabalha consigo há sete anos, e de Tiago Lourenço, que no último ano tem dado maior apoio ao trabalho das seleções mais jovens.