Mais de duas dezenas de jovens, entre treinadores e professores de educação física de todas as escolas secundárias da ilha, participam numa acção de formação de treinadores de nível I de voleibol que decorre em São Filipe.

A acção formativa, que decorre de 18 a 22 deste mês, com a participação ainda de um representante de Santiago (Praia) e Sal, foi realizada nas ilhas de Santo Antão, São Vicente e Santiago, e tem como objectivo categorizar treinadores locais para orientarem as equipas nacionais.

Segundo o presidente da Federação Cabo-verdiana de Voleibol (FCV), António Rodrigues, além do nível I, existem a formação para o nível internacional e depois o nível 2, este último para treinadores de selecção nacional, indicando que no Verão deste ano Cabo Verde vai organizar uma formação de treinadores com o nível internacional.

António Rodrigues disse que nas outras ilhas a formação tem dados “bons frutos”, apesar da maioria dos formandos terem “guardado” os conhecimentos, razão pela qual, explica, a Federação tem dado directrizes para uma selecção de participantes de modo a poder dar continuidade e transmitir os conhecimentos adquiridos.

Para o presidente da FCV, a modalidade no Fogo tem decaído nos últimos tempos, apontando como exemplo, o “fraco desempenho” da equipa feminina em relação ao passado recente, assim como a nível do masculino, que carece de capacidade técnica.

“É preciso fazer um trabalho científico para desenvolver a modalidade e esta acção de formação de treinadores pode ser o início”, anotou António Rodrigues, manifestando-se “satisfeito” com a participação de professores de educação física nesta formação.

Além da formação, ministrada pelo instrutor da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e director do Centro de Desenvolvimento de Voleibol de Dacar (Senegal), Mbaye Deme, a FCV procedeu a entrega de um conjunto de materiais desportivos, nomeadamente bolas, marcadores, manuais e kits com camisolas para iniciação a voleibol.

António Rodrigues disse que a entrega de materiais enquadra-se na política desenvolvida pela Federação, que, face aos custos elevados dos materiais e que impedia as equipas de as adquirir, procurou parceiros internacionais, nomeadamente a FIVB e Confederação Africana de Voleibol (CACV) para aquisição dos mesmos e depois proceder a distribuição a todas as equipas de Cabo Verde, no quadro da massificação de voleibol.

O presidente da FCV desafiou os vereadores dos desportos das Câmaras Municipais de Santa Catarina do Fogo e dos Mosteiros, presentes na abertura da formação, a definir projectos e enviá-los à associação regional para que se possa mobilizar apoios para a massificação do voleibol nestes dois municípios, assim como em São Filipe.

Na sessão da abertura, quer o presidente da Associação Regional de Voleibol, Ernesto Che Guevara Silva, como a vereadora do desporto da Câmara Municipal de São Filipe, Ludmila Pires, destacaram a importância desta acção para o desenvolvimento da modalidade, sobretudo a participação de professores de educação física que “irá constitui uma mais-valia”.

O presidente da associação avançou ainda que vai organizar nos próximos tempos uma assembleia-geral para eleição de novos corpos gerentes, mostrando a disponibilidade de deixar o cargo que ocupa há cerca de 12 anos.

O formador pediu aos participantes o engajamento e entrega na formação que segundo o mesmo não é fácil, mas acredita que vão sair bons técnicos.

A formação, com uma componente teórica e outra prática, decorre até terça-feira, 22, e no final será realizado um teste para poder atribuir certificados aos treinadores.