O britânico Andy Murray reconheceu hoje o papel fundamental de Ivan Lendl, antigo tenista checo que conquistou oito títulos de Grand Slam, na sua vitória em Wimbledon.
Desde que Murray escolheu Lendl para treinador em 2012 algo mudou. Primeiro festejou o título olímpico nos “seus” Jogos, diante de um Roger Federer que tinha acabado de ganhar-lhe em Wimbledon, depois quebrou o enguiço nos “Grand Slam”, tornando-se o primeiro britânico a ganhar um título num “major” em 76 anos.
Hoje, o tenista que sucedeu a Fred Perry na lista dos campeões locais, dando por terminada uma maldição que durava desde 1936, bateu o número um mundial Novak Djokovic pelos parciais de 6-4, 7-5 e 6-4 e, feito o discurso do vencedor, subiu à tribuna para agradecer ao seu mentor.
O treinador checo, que apesar dos oito títulos do “Grand Slam” nunca ganhou em Wimbledon, foi o primeiro a receber o cumprimento do campeão.
«Ele só disse que estava orgulhoso de mim, o que, obviamente, vindo dele tem muito significado. Ele não sorri muito em público, mas quando está longe do público e das câmaras é muito diferente», contou Murray.
O número dois mundial reconheceu que, idealmente, Lendl preferia ser ele o vencedor, mas garantiu que ver o seu pupilo ganhar foi uma das melhores coisas que aconteceu ao seu treinador.
«Ele acreditou em mim quando muita gente não acreditava. Ele ficou comigo nos momentos baixos destes últimos dois anos. Tem sido muito paciente comigo, por isso estou feliz por ter conseguido isto por ele», completou.
O britânico, de 26 anos, confessou que a parceria o ajudou a amadurecer dentro e fora do “court” e a superar as quatro derrotas em finais do “Grand Slam” – a última, no ano passado em Wimbledon, acabou com ele em lágrimas.
«Ele fez-me aprender mais com as derrotas do que fazia anteriormente, sempre foi muito honesto comigo. Disse-me sempre o que pensava e no ténis nem sempre é fácil acontecer isso numa relação jogador/treinador», prosseguiu.
Surpreendentemente, a primeira reação de Murray depois de conquistar o troféu não foi correr na direção da sua família, mas sim cumprimentar os jornalistas presentes na tribuna de imprensa.
«Estava a olhar na direção de alguns tipos da imprensa. Tivemos uma relação difícil ao longo dos anos. Nos últimos tem sido melhor. Sabia que para vocês era importante que eu ganhasse este torneio. Dei o meu melhor», justificou.