Novak Djokovic estilhaçou hoje o sonho de Roger Federer de conquistar o oitavo troféu em Wimbledon, mantendo nervos de aço para festejar o seu sétimo título do "Grand Slam" e a subida à liderança do ténis mundial.

Numa final imprópria para os espetadores mais sensíveis, o tenista sérvio não cedeu à pressão, levada ao limite ao perder o quarto “set” depois de dispor de um “ponto de encontro, e impôs-se por 6-7 (7-9), 6-4, 7-6 (7-4), 5-7 e 6-4, em três horas e 56 minutos.

Finalista no ano passado, na histórica vitória de Andy Murray, o primeiro britânico a vencer no All England Club em 77 anos, “Djoko” soma o seu segundo título na relva londrina, depois do conquistado em 2011, e o sétimo “major” da carreira (Open da Austrália em 2008, 2011, 2012 e 2013 e Estados Unidos em 2011), um número que o leva a igualar o norte-americano John McEnroe e o sueco Mats Wilander.

Aos 27 anos, com o primeiro filho a caminho e com casamento marcado para as próximas semanas, o sérvio tem outros dois motivos para celebrar: acabou com uma série de três derrotas consecutivas na final de um "Grand Slam" e a partir de segunda-feira será o novo número um mundial, por troca com o espanhol Rafael Nadal.

Levado ao extremo pelo veterano Roger Federer, que procurava estabelecer um novo recorde de vitórias em Wimbledon e, assim, superar o máximo que partilha com o norte-americano Pete Sampras, Djokovic chegou a dispor de uma vantagem de 5-2 no quarto parcial, assim como de um ponto para fechar o encontro, mas tremeu diante da eficácia e concentração do suíço.

“Quero dar os parabéns ao Roger. Foi muito bom fazer parte deste grande encontro, com um magnífico campeão e um grande exemplo como atleta e como pessoa. Respeito tudo o que ele fez e quero agradecer-lhe por me ter deixado ganhar hoje. Depois de perder o quarto `set´, não foi fácil continuar no quinto. Não sei como o fiz”, disse o sérvio, que dedicou o triunfo à sua primeira treinadora, que faleceu no ano passado, já depois de se ajoelhar no “court” central e de arrancar tufos de relva.

A derrota para Federer, que conquistou o último dos seus 17 títulos do "Grand Slam" em Wimbledon, em 2012, anulou também a sua tentativa de se tornar o mais velho campeão na relva londrina.

“Foi uma final fantástica. Não acredito que cheguei ao quinto `set´, as coisas não estavam nada favoráveis para mim”, assumiu o novo número três mundial.

Apesar da final de hoje ter sido o 35.º duelo entre os dois, Djokovic e Federer só por uma vez se tinham encontrado numa final de um "Grand Slam". Foi em 2007, quando o sérvio começava a dar os primeiros passos na ribalta do ténis, que o suíço, no pico da sua carreira, o despachou em três “sets”, para conquistar o seu 11.º “major”.