Frederico Gil reconheceu hoje que a ansiedade o traiu no último encontro do ‘qualifying’ do Estoril Open em ténis, confessando que queria muito voltar a entrar no quadro principal.

“Tenho de aprender a controlar melhor a minha ansiedade. Quando ele começou a pressionar mais, comecei a sentir-me mais nervoso. Queria muito ganhar, fazer um bom resultado aqui novamente”, admitiu, depois de perder por 4-6, 6-3 e 6-4 com o austríaco Martin Fischer.

Gil ficou a um triunfo de voltar pela porta grande ao Estoril Open, cujo quadro principal não disputa desde que foi derrotado na primeira ronda do anterior torneio em 2012, pelo alemão Bjorn Phau.

Já passava das 21h00 de domingo quando Frederico Gil saiu do ‘court’ central. Falou à televisão, aos jornalistas, confessando que, naquele momento, queria apenas descansar, e só depois seguiu para o hotel. Menos de 17 horas depois de abandonar o Clube de Ténis do Estoril, o antigo número um nacional entrava no ‘court’ 2 para tentar regressar ao passado e ao quadro principal de um torneio ATP, algo que não acontecia desde julho de 2012, em Bastad (Suécia).

Num encontro muito equilibrado, o 634.º do ‘ranking’ mundial, entrou melhor, mostrando-se consistente para vencer o primeiro ‘set’ por 6-4.

Combativo, Martin Fischer não se deu por vencido, ganhando o segundo parcial por 6-3, para forçar o ‘set’ decisivo.

Com 2-2 no terceiro ‘set’, Gil dispôs de dois ‘break-points’. Muito aplaudido pelo público, que não esqueceu as alegrias que o sintrense já proporcionou, o tenista luso não conseguiu converter os dois primeiros, mas não falhou o terceiro para adiantar-se para 3-2.

Consolidar o ‘break’, no entanto, foi ainda mais difícil do que quebrar o serviço ao austríaco. Depois de um longo suspense, com vantagens a penderem para os dois lados, o finalista do anterior Estoril Open (2010) pode, finalmente, suspirar de alívio e festejar efusivamente.

A alegria seria apenas momentânea, com Fischer a não desistir até fazer o ‘break’, igualando a quatro o terceiro parcial, numa fase de tudo ou nada para o português. Depois de desperdiçar uma vantagem de 40-0, Gil permitiu a quebra de serviço e o triunfo do 335.º jogador mundial, em duas horas e 16 minutos.

“Várias coisas correram mal. Foi uma derrota um bocado pesada. Há que perceber porque perdi e porque as coisas acontecem. Há que dar os parabéns ao Martin, que jogou melhor na parte final”, disse, assumindo que não conseguiu manter-se calmo para cumprir o seu plano inicial e que foi abaixo na parte final, por estar muito cansado.

Gil viajou ainda pela memória, revelando que é mais traumatizante ver a final perdida em 2010 do que foi na altura: “Agora vejo e penso ‘fui totó’. Naquele momento senti que não estava preparado para ganhar. Para mim estava feito o torneio, não contava chegar à final”.