Francisco Pita, responsável pela organização do Campeonato Nacional Absoluto, disse à agência Lusa que os melhores tenistas portugueses, nas vertentes masculina e feminina, vão estar presentes na próxima edição da competição.

“No próximo ano, o plano é fazer um Campeonato Nacional Absoluto com os melhores jogadores masculinos e femininos. Ponto”, prometeu Francisco Pita.

Olha-se para os quadros principais da competição, que hoje termina nos ‘courts’ da Beloura Tennis Academy, em Sintra, e o cenário é desolador. A debandada de estrelas acertou em cheio no Campeonato Nacional Absoluto: João Sousa e Gastão Elias viajaram para o ATP de São Petersburgo (Rússia), Pedro Sousa esteve no ‘challenger' de Kenitra (Marrocos), Frederico Silva está lesionado, Rui Machado reformou-se e até João Domingues, o campeão em título, preferiu jogar um ‘future’ em Huelva (Espanha).

“Acho que tem a ver com dois aspetos essenciais: primeiro, a data não é uma data agradável, porque os tenistas profissionais tentam não só ganhar pontos, mas ganhar dinheiro – por isso é que são profissionais. Esta é uma modalidade de desgaste rápido e, basicamente, eles têm de ganhar dinheiro até aos seus 35/40 anos de idade. A data que está apontada é na realidade muito má”, considerou o antigo piloto, que este ano chamou a si a responsabilidade de organizar o Nacional Absoluto.

O segundo vetor, para Francisco Pita, é a qualidade da organização do evento: “É necessária uma boa organização, que os faça acreditar nela. Penso que temos todos os condimentos para eles acreditarem, até porque nos conhecem, e, com uma data diferente, para cá virem.”

A solução para o problema atual é, por isso, fácil de apontar e passa, evidentemente, pela mudança da data do campeonato para uma que seja mais favorável ao “planeamento daqueles jogadores que andam a fazer as provas ATP”, ou seja, uma semana em novembro ou dezembro.

“Eu não quero os dois melhores jogadores portugueses, quero os 20 melhores. Isso consegue-se com uma data diferente para o Campeonato Nacional Absoluto e consegue-se com muito trabalho”, assegurou Pita, indicando que a competição acontecerá novamente na Beloura.

O responsável pela organização desta edição explicou que entrou na ‘aventura’ para perceber como funcionava o evento.

“Já percebemos e concluímos que temos capacidade para fazer nos próximos três anos um Campeonato Nacional com uma grande dignidade, no sentido de ter aqui os melhores jogadores e jogadoras portuguesas”, acrescentou.

A sustentar a sua confiança, Francisco Pita tem o reconhecimento internacional recebido pela organização do Beloura Junior Open, eleito o melhor torneio da Europa em 2015 pela Tennis Europe Junior Tour.

“A distinção motiva, porque tínhamos posto uma excelência na organização, que eram os nossos padrões. Não conhecíamos muito bem os padrões internacionais de excelência e a verdade é que a fasquia que pusemos foi superada”, salientou.