Gastão Elias admitiu hoje que jogou sempre no limite com o tenista belga Joris De Loore, na sua derrota na primeira ronda do Lisboa Belém Open, e defendeu que as condições do ‘court’ estavam absurdamente lentas.

“Faltaram-me dez quilos de músculo. Senti-me no encontro de um sub-14 contra um homem. Esta derrota deveu-se às condições. Estavam muito melhores para ele do que para mim. Em nenhum momento consegui fazer o que queria e ele, com aquela altura, com aquela força, parecia um homem a bater num menino”, desabafou o número dois nacional, depois de perder por 7-6 (7-2) e 6-4.

Elias assumiu que não conseguiu jogar ténis “devido ao absurdo de lento que estava” o ‘court’ do Estádio CIF, no Club Internacional de Foot-Ball.

“Estava muito lento para mim, não tinha nenhuma arma. Só iria ganhar se ele perdesse o encontro. Aguentei-me o máximo que podia a defender, porque não tinha força para bater na bola. Eu estava no limite desde o primeiro jogo. A jogar no limite, há muitas bolas que te escapam. Todas as bolas que bati foi no limite. É irreal, não é possível jogar assim”, confessou.

O 111.º tenista mundial, que viu o seu encontro da primeira ronda ser sucessivamente adiado devido aos atrasos da segunda jornada, considerou que o horário em que entraram em ‘court’, já ao final da tarde, “talvez” tenha favorecido o seu adversário.

“O campo foi ficando cada vez mais lento. O que prejudicou um bocadinho foram só as condições do campo. Só isso. Nestas condições ele é melhor do que eu. Eu tenho dificuldade em gerar força em condições tão pesadas. É muito estranho, porque de um dia para o outro o campo mudou radicalmente. Eu e o Pedro [Sousa] andámos a treinar aqui uma semana, as bolas eram rápidas. Depois de um dia para o outro, o campo ficou muito lento”, sublinhou, lamentando ter treinado uma semana inteira “numas condições que nada têm a ver com a do torneio”.

O número dois nacional decidiu abdicar da presença na fase de qualificação de Wimbledon, tendo prevista a participação nos ‘challengers’ de Todi e Milão.

“Não vou a Wimbledon: primeiro, porque detesto o ‘qualy’ de Wimbledon. É coisa mais vergonhosa que existe no circuito, é pior que um ‘future’. Segundo, porque não iria fazer torneios de preparação. E só jogar uma semana em relva não melhoraria nada no meu jogo, é uma semana diferente de tudo o que fazemos o resto do ano. Como quero entrar no Open dos Estados Unidos, achei melhor jogar os ‘challengers’ em terra”, justificou.