A russa Nina Bratchikova trocou o mau tempo da Rússia pelo sol português e está muito perto de vestir a camisola da seleção portuguesa na Fed Cup, a mais importante competição de ténis entre seleções femininas.

Prestes a estrear-se na 23.ª edição do Estoril Open – inaugura hoje a primeira jornada no “court” central frente à primeira pré-designada, a italiana Roberta Vinci -, a tenista de 26 anos revelou à agência Lusa o porquê do desejo de ser portuguesa: «Porque eu gosto deste país».

Como o português ainda não lhe permite expressar-se como gostaria, Nina Bratchikova rapidamente muda para inglês para explicar que Portugal oferece «boas possibilidades de treino», o clima «ajuda muito» e tudo se torna mais fácil.

«Na Rússia, é muito complicado treinar durante o inverno e o inverno lá dura nove meses por ano. Não há complexos indoor suficientes e os que há são muito caros para um tenista profissional», apontou.

Quando a mudança de nacionalidade estiver consumada, a russa, que foi uma das sensações do Open da Austrália deste ano ao chegar à terceira ronda, deixará de ser a número 11 da Rússia e passará a ser a melhor tenista do país de adoção, um pormenor que desvaloriza.

«Até agora não vejo a diferença. Sou 107.º do mundo esta semana e isso é o que importa», garantiu.

A diferença para Bratchikova reside na possibilidade de estar na principal competição internacional das seleções de ténis femininas.

«Gostava de jogar a Fed cup. Ainda não sou portuguesa, não tenho nacionalidade portuguesa e, por isso, ainda represento a Rússia, mas logo que mude de nacionalidade, penso que serei convidada», assumiu à Lusa.

Treinada por um português, Pedro Pereira, o seu futuro marido, a atleta de 26 anos espera receber os papéis necessários para o casamento esta sexta feira, de modo a iniciar os tramites para a naturalização.

No imediato, a preocupação de Nina Bratchikova é outra e dá pelo nome de Roberta Vinci: «Espero um bom encontro. Já joguei contra ela este ano e ganhei, mas as condições eram diferentes. Vamos ver como será, mas espero uma boa luta».

Quanto ao Estoril Open, a “wild card” tem um propósito muito claro: «Ganhar».

«Todas as rondas são complicadas, toda a gente joga bem. O nível hoje em dia é muito similar, por isso espero um torneio duro», concluiu, prometendo falar em português caso seja campeã na 23.ª edição do maior torneio de ténis disputado em Portugal.