Os velejadores a bordo do veleiro angolano atingido sábado à noite por uma tempestade ao largo da Cidade do Cabo foram resgatados por uma fragata sul-africana, segundo um comunicado da organização enviado à Lusa.

A tempestade, que provocou um morto e três feridos entre a tripulação do veleiro Bille, verificou-se a cerca de 100 milhas da costa sul-africana e provocou ondas de cinco metros e ventos com velocidade superior a 100 quilómetros horários.

O Bille integrava a regata que liga a Cidade do Cabo ao Rio de Janeiro e que partiu para o mar no passado dia 04.

Segundo o comunicado enviado à Lusa, as velas do Bille foram rasgadas durante a tempestade, e o mastro da embarcação partiu-se.

Além do acidente com o Bille, mais oito embarcações viram-se obrigadas a desistir da competição e a emitir avisos de ajuda à Cidade do Cabo.

"Por volta das 10:00 de hoje, a fragata (sul-africana) chegou à posição do Bille, tendo prestado o auxilio necessário. Atualmente toda a tripulação encontra-se a bordo da fragata sul-africana, enquanto a mesma se dirige para outra posição para prestar auxílio a um outro veleiro que lançou um pedido de auxílio. Tudo leva a crer que a tripulação angolana regresse à Cidade do Cabo ao final do dia de hoje", lê-se no comunicado.

A vítima mortal foi identificada como sendo António Bartolomeu, um dos sete tripulantes do Bille e técnico da Rádio Nacional de Angola.

Angola participava na regata com duas embarcações, a Bille e a Mussulo III, da classe Bavaria 55, de 16 metros de comprimento, patrocinadas pela Angola Cables, em que o objetivo é promover o seu novo cabo de telecomunicações "SACs", que irá ligar Angola ao Brasil.

A prova, denominada "Cape2Rio 2014", uma competição de barcos à vela, é considerada a mais longa regata oceânica do hemisfério sul e começou a disputar-se há 43 anos.

Segundo o comunicado enviado à Lusa, o veleiro Mussulo III não foi sofreu qualquer dano e encontra-se atualmente no 6º lugar da classificação geral.

A chegada ao Rio de Janeiro está prevista cerca de um mês depois da partida.

Para esta 14.ª edição partiram 29 embarcações, em representação de nove países: África do Sul (19), Angola e Austrália (duas cada) e Itália, Croácia, Reino Unido, Índia, França e Brasil (uma cada).

A Angola Cables, operadora angolana de telecomunicações vocacionada para a gestão e comercialização de cabos submarinos de fibra ótica, foi constituída em 2009.