As jovens Carolina Peres e Mafalda Paquete juntaram-se num 420 para preparar o sonho dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, mas os resultados e a sua ambição fazem-nas sonhar já com o Rio2016, em 470.

“Obviamente, a nossa idade e experiência ‘aconselham’ a pensar apenas a médio prazo, porém, temos a ilusão de antecipar o futuro e sermos uma das surpresas da comitiva, no Rio2016”, diz Carolina Peres, 14 anos.

Também em declarações à Lusa, a “amiga inseparável” Mafalda Paquete, 16 anos, acredita que a tripulação do Sport Club do Porto tem “grande potencial” para atacar esse objetivo, pelo que promete “muito trabalho, dedicação e focalização”.

O primeiro teste à ambição da dupla será nos Mundiais absolutos de Trevaemunde, Alemanha, de 22 julho a 03 de agosto.

“Nada temos a provar, pois a pressão está em outras tripulações bem mais experientes. Estamos ainda em processo de formação e tudo o que pudermos aprender será bem-vindo para podermos evoluir”, acrescenta Mafalda.

Carolina, que pretende “ser velejadora toda a vida”, confia nos “conselhos” do treinador Hugo Pontes e acredita que em um ano evoluirão o suficiente para lutar, em Portugal, pela vaga do 420 para o Rio2016, uma vez que a mesma pertence ao país e não a quem a conseguiu.

“Temos muito para aperfeiçoar, em todos os sentidos. Devemos cuidar cada detalhe. Os nossos pais apoiam-nos incondicionalmente, confiamos muito no nosso treinador e agora é ‘crescer’ com a rapidez – e solidez – possíveis para estarmos aptas a discutir o apuramento olímpico”, diz a mais jovem.

O treinador Hugo Pontes, que já levou vários velejadores a Jogos Olímpicos, acredita no “potencial” das suas pupilas: “Têm tudo para serem grandes velejadoras, mantenham o entusiasmo, capacidade de trabalho e disciplina atuais”.

“São duas jovens muito responsáveis e cientes das exigências da alta competição. Estão sempre disponíveis para treinar e querem aprender cada vez mais. São perfecionistas e isso também ajuda à sua evolução. Confio que podem ser uma boa surpresa na vela portuguesa… já no Rio2016”, diz o técnico.

Concretizar o sonho custa “umas dezenas de milhares de euros”, porém a dupla está “no bom caminho” para garantir os apoios que lhes permita “ganhar uma mais sólida experiencia internacional para que possam explorar ao máximo o seu potencial na hora da decisão”.