O diretor-geral da Volvo Ocean Race, considerada a maior prova mundial de vela e que terá uma etapa em Lisboa, revelou na quarta-feira que espera pelo menos uma ‘skipper’ feminina depois de serem permitidas equipas mistas.

"Temos três equipas que já estão a avaliar tripulações mistas e espero que pelo menos uma venha a ter uma ‘skipper’ feminina", declarou Mark Turner na sede da Volvo Ocean Race, em Alicante, Espanha.

Nesta fase, o diretor da prova ainda não quis revelar quais são esses coletivos, mas, recordando que em edições anteriores do evento já competiram formações constituídas exclusivamente por velejadoras, nota que o formato misto poderá agora ter um impacto muito maior em termos desportivos e sociais.

"Uma ‘skipper’ feminina numa equipa de homens e mulheres passaria uma mensagem muito mais poderosa do que uma equipa composta só por mulheres", explica.

Mark Turner admitiu que nem todas as tripulações participantes estarão dispostas a integrar velejadoras, mas diz que a política de igualdade de géneros adotada pela Volvo Ocean Race é para manter.

"Se há desporto em que realmente se pode ter homens e mulheres na mesma equipa, é a vela", garante.

Em causa está a edição de 2017 da regata que dará a volta ao mundo em cerca de oito meses, percorrendo mais de 80.000 quilómetros entre a cidade espanhola de Alicante e a de Haia, na Holanda, com paragens em Lisboa, Cidade do Cabo (África do Sul), Guangzhou e Hong Kong (China), Auckland (Nova Zelândia), Itajaí (Brasil), Newport (Estados Unidos), Cardiff (Reino Unido) e Gotemburgo (Suécia).

Os barcos em prova terão todos o mesmo design, obedecendo a parâmetros controlados pela organização para garantia de igualdade de circunstâncias técnicas entre concorrentes, mas há liberdade de escolha quanto à experiência dos velejadores e nesta edição, pela primeira vez, as equipas poderão integrar simultaneamente homens e mulheres.

Na sua edição de 2017/2018, a competição deverá ter início em Alicante a 22 de outubro, com o arranque da segunda etapa está previsto para 05 de novembro, em Lisboa.

No total das nove etapas previstas no circuito da regata, a mais longa será a terceira, entre a Cidade do Cabo e Hong Kong, o que poderá obrigar a tripulação a permanecer mais de 20 dias consecutivos a bordo, sob condições extremas

As novas regras para inclusão de equipas mistas permitem cinco combinações possíveis: apenas sete homens, sete homens e uma ou duas mulheres, sete mulheres e um ou dois homens, cinco homens e cinco mulheres, ou 11 mulheres.