João Lagos quer a «medalha de ouro» dos “stopovers” da Volvo Ocean Race (VOR) em vela e vai aproveitar os 10 dias da escala de Lisboa para «surpreender» a organização da regata de circum-navegação.

«Esperamos vir ser a ser nesta edição o melhor ‘stopover’. A medalha de ouro há de ser nossa», afirma com convicção, acrescentando: “Nós temos aqui condições excecionais para sermos a grande sede da Volvo Ocean Race às portas do Atlântico e nesta cidade única que é capital do país”.

O empresário confirmou que está na corrida pelos “stopovers” de 2014 e 2017 e garante que a estadia dos iates em Lisboa (31 de maio e 10 de junho) vai marcar a diferença entre os 10 portos escalados pela 11.ª edição da VOR, em 2011/2012.

«Certamente que estamos na corrida. Ainda há muito trabalho para fazer, mas o ponto mais alto vai ser surpreendê-los nos 10 dias que vão estar aqui em Lisboa, com a largada no dia 10 de junho, que vai ficar na memória de todos os que vão ter oportunidade de assistir», frisou.

A organização da Volvo Ocean Race anunciou na semana passada, durante a escala de Miami, que já existe uma lista de 33 cidades candidatas às próximas duas edições e o empresário está confiante quanto às hipóteses de Lisboa estar entre as escolhidas, depois de ter merecido a confiança para integrar este ano, pela primeira vez, o lote de portos escaldos pela regata.

«Aquilo que vai marcar a diferença, tendo em vista as próximas edições, e a possibilidade de Lisboa se tornar um ‘stoper’ crónico nesta grande competição será jogado nestes 10 dias», disse.

A Race Village de Lisboa recebeu hoje a visita dos presidentes das câmaras de Lisboa e Oeiras e a infraestrutura de Lisboa é já apontada como uma das três melhores de toda a regata.

A comparação com Miami é praticamente impossível, com Lisboa a bater a escala norte-americana em todos os “items”, restando apenas saber qual o interesse que os lisboetas vão demonstrar pelos seis iates que estão a competir na maior regata de circum-navegação à vela.

António Costa, presidente da edilidade de Lisboa, está confiante na imagem que a capital vai fazer passar ao mundo durante as transmissões televisivas da “in-port-race” (regata no porto) de 09 de junho e na largada, a 10 de junho, que coincide com o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

«A ‘in-port-race’ vai decorrer entre este ponto de Pedrouços e o Terreiro do Paço, permitindo a todo o mundo ver a cidade de Lisboa. E no dia 10, após largada, os barcos também irão até ao Terreiro do Paço, o que dará uma enorme visibilidade à cidade», explicou.

Para o futuro, fica a requalificação da Doca de Pedrouços, que será transformada «numa marina para grandes iates, algo que não existia na oferta turística da cidade».

Oeiras também quer capitalizar o “efeito VOR” e já está a ser pensada uma nova marina de recreio na zona contígua à de Algés.

«Temos pensada uma infraestrutura náutica, que poderá passar por uma marina, e este evento também irá alavancar e dar a conhecer internacionalmente todos as nossas condições através dos milhares de horas de transmissão televisiva da regata», disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Algés, Paulo Vista.

A Administração do Porto de Lisboa (APL) está igualmente empenhada em tornar a Doca de Pedrouços numa marina de iates de grande porte, aproveitando as condições únicas do seu fundo marinho, que possui profundidade suficiente para embarcações de grande calado.

«Aquilo que iremos propor é que no futuro isto venha a ser uma marina de recreio, que seja posta a concurso a execução do resto das infraestruturas e que venha a ser explorada por um concessionário», adiantou Natércia Cabral, presidente da APL.

As instalações da Race Village, num investimento que rondou os dois milhões de euros, são amplas e estruturadas de forma a proporcionar uma experiência repleta de motivos de interesse aos visitantes.

Um palco de grandes dimensões vai permitir a realização de vários concertos, entre os quais o de Jorge Palma, e a música de “dj’s” vai animar as noites, ao contrário do que acontecia em Miami, onde a Race Village fechava ao público pelas 22h30.

O Cinema 3D, o simulador de regatas da VOR, o simulador Champimóvel, da Fundação Champalimaud, o museu dos Oceanos da VOR, uma roda gigante e os vários divertimentos utilizados nas escalas da regata também já estão a ser montados, depois de terem sido utilizados durante a escala brasileira de Itajaí.

No complexo haverá oportunidade para as empresas nacionais exporem os seus produtos e um mega espaço frente ao Rio de Tejo, destinado a ser a “sala” dos principais patrocinadores do evento, as edilidades de Lisboa, Oeiras e APL.

Os seis iates encontram-se neste momento a cumprir as 3.950 milhas náuticas da “perna” Atlântica (Miami-Lisboa), com os espanhóis do Telefónica a liderarem a classificação geral e na sétima etapa.

Após a largada de Lisboa, a frota ruma a Lorient, França, com a regata a terminar no dia 07 de julho, com a in-port-race de Galway, na Irlanda, onde os seis iates chegaram quatro dias antes.