O presidente da Câmara de Lisboa e o empresário João Lagos admitiram hoje que Portugal poderá ascender a sede da Volvo Ocean Race em vela, se as duas próximas edições repetirem o êxito de 2012.

Na apresentação pública das edições de 2015 e 2018 da Volvo Ocenan Race (VOR), um dos eventos mais mediáticos do mundo, António Costa recorreu a um antigo anúncio publicitário para prever o futuro da prova em Portugal.

«A VOR veio para ficar e ficou mesmo. Não nos queremos ficar por 2018, queremos que Lisboa continue a estar na rota da prova. Não queremos largar a VOR», acentuou o presidente do município de Lisboa numa cerimónia que decorreu no Terreiro do Paço, em Lisboa.

Costa sublinhou que a prova representa uma oportunidade para «continuar a promover a cidade», desde logo na vertente da náutica de recreio, mas também na vertente turística, ajudando a valorizar os 18 quilómetros de frente ribeirinha, o que se traduz em «valor económico a acrescentar ao país e a Lisboa».

O autarca manifestou a intenção de captar a sede da prova a partir de 2021, se as edições de 2015 e 2018, em que Lisboa será apenas "stopover" (porto de paragem) de um evento que João Lagos afirmou ser o quinto mais mediático do mundo, a seguir aos Jogos Olímpicos, campeonatos do mundo e da europa de futebol e a Ryder Cup em golfe.

«Se não fizéssemos a prova em 2015 e em 2018, não poderíamos disputar a sede da VOR a partir de 2021. Essa é uma ambição que temos de ter e temos de animar», sustentou.

António Costa adiantou que o evento «custará cerca de 300 mil euros por ano até 2018», sendo o município e o Turismo de Lisboa os responsáveis pelo pagamento do "fee" e o Estado o garante, invertendo-se os papéis relativamente ao que aconteceu com a edição de 2012.

O edil frisou igualmente que, numa época de crise, «foi possível negociar as edições de 2015 e 2018 pelo preço da edição de 2012».

Após a sessão, o empresário responsável pela organização da prova, João Lagos, destacou o «impacto económico esmagador» da VOR, que gera «milhões e milhões de receitas, só no período em que a regata está parada em Lisboa».

«Há uma fortíssima possibilidade de fixar em Lisboa este grande evento, que é o quinto maior evento desportivo do mundo», reconheceu o empresário, prometendo «fazer melhor» para que Portugal possa conseguir esse objetivo.

João Lagos congratulou-se com a «grande conquista para o país», aproveitando para criticar aqueles que colocaram obstáculos à realização do evento, designadamente deputados da Assembleia Municipal de Lisboa, garantindo que a VOR vai ser «a grande plataforma de divulgação do Mar», já definido pelo executivo como «desígnio nacional».

«Não deveria ter sido tão difícil, mas há sempre umas correntes menos otimistas nestas situações, que procuraram contrariar esta vitória. Só é possível ter uma posição contrária a este projeto quem não estiver suficientemente bem informado», argumentou João Lagos, aproveitando para frisar o «privilégio de valor incalculável» para o país que representa a VOR.

De acordo com o consultor PricewaterhouseCoopers Portugal, a edição de 2012 da VOR representou «um impacto económico avaliado entre os 29,2 e os 34,4 milhões de euros, com um efeito económico direto de 16,4 milhões de euros».