Madeirense apaixonado, não trocava a sua ilha por nenhum outro lugar no Mundo. Foi no Funchal que João Rodrigues começou a navegar nas águas do Atlântico que banham aquele pedaço de terra, tinha nove anos. Hoje, com 41, concretiza um recorde, ao ‘velejar’ até à sua sexta olimpíada, o que faz dele o atleta luso com mais presenças neste evento.

João Rodrigues recebeu-nos na sua ‘ilha’, para contar as suas expectativas, para relembrar outras aventuras – tudo começou em Barcelona, em 1992, e desde aí não falhou nenhuma cidade olímpica. Não esconde alguma tristeza por nunca ter subido ao pódio. Andou sempre a rondar e Atenas foi, recorda, o mais terrível nesse aspeto já que durante muito tempo foi primeiro. As variáveis, sempre as variáveis. Do vento, principalmente, e do mar. «Aprendi a viver com isso», conta, sempre de sorriso aberto. Ainda que nos Jogos Olímpicos o seu melhor resultado seja o da capital grega, um sexto, medalhas já as pôs ao peito. Foi bicampeão da Europa (1996 e 1997) e do Mundo, em 1995

Para Londres, conta ficar entre os oito primeiros. A poucos meses do Jogos, o sítio onde a vela vai ficar sediada já não tem segredos para João Rodrigues.

Há alguns anos que, por falta de competição em Portugal, ruma até à baía de Weymouth, três horas a sudoeste de Londres, para treinar com atletas britânicos. Depois regressa à Madeira. O Brasil também é um dos seus locais de eleição, mas para esses Jogos, em 2016, João não sabe ainda se vai por a prancha de baixo do braço e seguir.

A verdade é que João Rodrigues já fez história no desporto nacional. Muitos anos de competição, muitas provas, uns lugares melhores do que outros, mas, depois dos 40 anos, é a prova viva de que a juventude é cada vez mais longa. Agora é esperar por agosto para ver até onde vai o velejador madeirense.