A recordista mundial de 50 km marcha, Inês Henriques, não esperava ficar em terceiro lugar no 27.º Grande Prémio de Marcha de Rio Maior, que se disputou hoje e onde conseguiu ser a melhor portuguesa.

"Sinceramente, não esperava um terceiro lugar, porque o lote de atletas era muito bom e eu só perdi com duas medalhadas, que eu acho que são de outro campeonato e não do meu. Por isso, tenho de estar muito satisfeita", disse Inês Henriques.

A corrida teve um início com um ritmo lento, o que foi benéfico para a marchadora de Rio Maior. "Inicialmente, ia muito bem, o ritmo não estava a ser muito elevado e eu deixei-me ir”.

“De vez em quando ia lá à frente porque gosto sempre de mostrar-me e estava a sentir-me bem. A parte final foi um pouco dura porque eu já não faço estes ritmos uma vez que estou a treinar para os 50 Km", explicou.

Além de ter alcançado um excelente resultado, a recordista mundial estava muito satisfeita por o ter conseguido fazer na terra onde nasceu e onde continua a viver.

"Tem um significado muito importante, porque é aqui que as pessoas me veem e sei que elas têm um carinho muito grande por mim. Já tinham anteriormente ao que eu conquistei, mas agora têm um carinho ainda mais especial, porque são as pessoas que me veem treinar todos os dias e que às vezes não percebiam o porquê de tanta dedicação. Mas, depois de eu conseguir o que consegui, já percebem o porquê de verem a Inês sempre a treinar", resumiu.

Muito satisfeito, estava também Miguel Carvalho, que foi não só o melhor português em prova, como igualou o seu recorde pessoal e conseguiu os mínimos para o Campeonato da Europa.

"Estou muito feliz. A prova começou lenta e ninguém quis puxar, o que até foi bom para mim, porque ainda não sou atleta da frente. Assim, consegui fazer uma prova de trás para a frente e estou muito satisfeito porque foi a primeira vez que me senti em casa com esta forma", disse.

Natural de Rio Maior, mas a correr pelo Benfica, Miguel Carvalho assume que o apoio que recebeu foi fundamental para a sua classificação.

“Estou com uma camisola diferente, mas estou em casa. Estou na minha cidade e estou ao pé dos meus amigos e da minha família e aqui sinto-me sempre apoiado", concluiu.

Já o vencedor da prova masculina, o espanhol Diego Garcia, confessa que trazia a secreta esperança de vencer, mas sabia que a concorrência era forte.

"Por dentro, claro que pensava em vencer, mas sabia que era muito difícil, porque a concorrência era forte e havia muitos chineses e mexicanos. Felizmente, correu bem e este resultado dá-me muita confiança para o campeonato mundial de equipas, na China, em maio, e sobretudo para os europeus, em Berlim, em agosto, que é o meu principal objetivo", disse à Lusa.

Sobre a prova, Garcia afirmou que a chuva inicial causou dificuldades, mas à medida que a corrida foi avançando foi-se sentindo cada vez melhor.

"A partir do quilómetro 12, quando começaram a ficar cada vez menos atletas na frente, aproveitei uma mudança de ritmo de um companheiro, segui-o e vi que ficamos só os dois. Depois, mudei eu de ritmo, com muita dureza, e consegui chegar isolado", resumiu.