O veterano italiano Luca Paolini (Katusha) sobreviveu este domingo à luta entre condições atmosféricas e ciclistas para conquistar "a mais inesperada" vitória da sua carreira na clássica Gent-Wevelgem.

Paolini batalhou contra a chuva intensa e ininterrupta e os ventos fortes (apenas acabaram 39 de 200) e contra os seus companheiros de fuga, para cortar isolado a linha de meta, depois de um ataque demolidor a cinco quilómetros de Wevelgem

"Foi uma corrida incrível, uma corrida de coragem. A meio do percurso (de 240 quilómetros, entre Deinze e Wevelgem), pensei se seria razoável continuar. Mas, resisti para conquistar a mais bonita e a mais inesperada vitória da minha carreira", assumiu o ciclista da Katusha.

Aos 38 anos, o italiano superou todos os obstáculos – caiu duas vezes, teve de mudar de bicicleta e só conseguiu deixar os seus companheiros de fuga para trás num segundo ataque – para poder dizer, com orgulho: "O mais forte hoje sobreviveu. Estamos no norte e este é o verdadeiro ciclismo".

O triunfo de Paolini na clássica flamenga é ainda mais impressionante, tendo em conta os homens que o ladearam no pódio: em segundo ficou Niki Terpstra (Etixx-Quick Step), vencedor da Paris-Roubaix de 2014, e em terceiro Geraint Thomas (Sky), um dos homens do momento depois de vencer na sexta-feira a E3 Harelbeke, uma mini-clássica belga, e a Volta ao Algarve.

Os dois ciclistas chegaram à meta 11 segundos depois de Paolini, que depois de deixar para trás os seus companheiros de fuga, na qual também estavam Stijn Vandenbergh (Etixx-Quickstep), Sep Vanmarcke (LottoNL-Jumbo), Daniel Oss (BMC) e Jens Debusschere (Lotto Soudal), pedalou em esforço para parar o cronómetro nas 06:20.55 horas.

Um dos que não "sobreviveu" às agruras meteorológicas foi o duplo campeão nacional Nelson Oliveira (Lampre-Merida), que com a sua leve estrutura física acabou por ser um dos 161 desistentes.