Na primeira resposta pública depois de ter sido dissolvida na segunda-feira, a comissão divulgou um comunicado detalhando a falta de cooperação da UCI na investigação ao seu próprio envolvimento no sistema de dopagem «mais sofisticado da história do desporto», descoberto pelo relatório da Agência norte-americana antidopagem (USADA).
«Nem a UCI nem os outros investidores providenciaram suficiente cooperação para permitir que a comissão fizesse o seu trabalho. A recusa em cooperar tornou a nossa tarefa impossível», refere o comunicado, que adianta ainda que a segunda fase de interrogatórios, agendada para quinta-feira, já não se realizará.
A federação internacional dissolveu a Comissão Independente depois de recusa da USADA e da Agência Mundial Antidopagem (AMA) se terem recusado a participar nos trabalhos, depois de divergências quanto a eventuais amnistias às testemunhas.
A UCI optou por desenvolver uma Comissão de Verdade e Reconciliação (TRC), um veículo que os membros depostos entendem como «uma oportunidade única» para quebrar o «código de silêncio» do ciclismo.
«A Comissão mantém-se preocupada com a capacidade da USADA e da UCI em se entenderem quanto ao objetivo, ‘timing’ e estrutura da TRC», acrescenta o comunicado.
No entanto, a futura comissão parece estar comprometida, já que, além da pouca disponibilidade da UCI para ceder documentos – o presidente da Comissão Independente, Philip Otton, revelou sexta-feira que nunca recebeu qualquer papel da federação -, também a AMA negou querer participar.
Na segunda-feira, Pat McQuaid anunciou a participação das duas agências antidopagem na TRC, algo desmentido hoje por John Fahey.
«Em vez de um diálogo profissional contínuo com o presidente da AMA, a UCI anunciou publicamente através da imprensa que a AMA consentiu em participar na Comissão de Verdade e Reconciliação. Isso é falso, não apenas no fundo, mas não forma», garantiu o presidente da agência.