A seleção portuguesa de futsal procura regressar aos lugares cimeiros no Europeu de 2014, que se realiza na Bélgica, reeditando a presença na final de 2010 e apagando a má imagem deixada pela eliminação prematura há dois anos.

Portugal conta nas suas fileiras com um dos melhores jogadores do Mundo, o ala Ricardinho, e reúne todas as condições para, no mínimo, se qualificar no Grupo B da fase final, no qual terá como adversários a Rússia, vice-campeã europeia em exercício, e a mais acessível Holanda.

Com apenas três equipas por “poule”, o encontro inaugural, com a seleção holandesa, na quinta-feira, reveste-se de importância decisiva, pois uma entrada em falso poderá revelar-se fatal para as pretensões dos lusos, até porque depois terão de defrontar a Rússia, a 01 de fevereiro.

Se a história se repetir, a possibilidade de um deslize frente à Holanda parece estar afastada, pois a equipa das “quinas” perdeu apenas o primeiro dos 10 encontros que disputou, há mais de 20 anos, em 1992, tendo conquistado depois nove triunfos consecutivos, o mais importante dos quais no Mundial de 2000.

Portugal tem ainda a seu favor a inexperiência em grandes competições internacionais da formação “laranja”, cuja última participação numa fase final de um Campeonato da Europa remonta há nove anos e que tem como melhor resultado a presença nas meias-finais, na longínqua edição de 1999.

O confronto direto com a Rússia, uma das três únicas seleções a marcar presença em todas as oito edições da competição, em conjunto com a Espanha e a Itália, é menos esmagador, mas ainda assim é favorável à formação nacional, com quatro vitórias, um empate e duas derrotas.

Em 2012, os italianos foram, precisamente, os responsáveis pelo afastamento prematuro de Portugal, nos quartos de final de uma prova para a qual a equipa nacional partiu o estatuto de vice-campeã conquistado dois anos antes, quando perdeu a única final que disputou, frente à Espanha, por 4-2.

Recordista de títulos por larga margem, com seis troféus em oito edições – apenas a Rússia, em 1999, e a Itália, em 2003, ousaram interromper a hegemonia espanhola -, a Espanha volta a reunir claro favoritismo para conquistar em Antuérpia o quinto cetro consecutivo.

O lado positivo do sorteio da fase final foi ter “impedido” Portugal de encontrar espanhóis ou italianos antes das meias-finais, pois se terminar num dos dois primeiros lugares do grupo B terá como adversários nos “quartos” uma das três equipas do agrupamento A: Roménia, Ucrânia ou a anfitriã Bélgica.

Com apenas duas ausências nas oito edições anteriores, em 1996, na edição inaugural, e 2001, a representação portuguesa qualificou-se para o Europeu de Antuérpia com um percurso cem por cento vitorioso, frente às congéneres da Grécia (6-1), Polónia (5-2) e Sérvia (2-1).

Autor de 77 golos em 100 internacionalizações, Ricardinho é a principal referência entre os 15 convocados pelo selecionador Jorge Braz, assumindo-se como o único jogador português distinguido com o troféu para o melhor jogador mundial, em 2010.

O jogador dos espanhóis do Inter Movistar está bem acompanhado pelo ala Arnaldo, o mais internacional, com 179 jogos com a camisola das quinas (92 golos), o fixo Gonçalo (166 internacionalizações e 73 golos) e o pivô Joel Queirós, melhor marcador, com 101 remates certeiros em 132 partidas.